Dia de Conscientização do Alzheimer alerta para o diagnóstico precoce

Da Agência Brasil

Lembrado nesta segunda-feira, 21, o Dia Mundial de Conscientização e Prevenção do Alzheimer chama a atenção para a importância do diagnóstico precoce da doença como forma de aumentar a qualidade de vida do paciente por mais tempo. Principal doença degenerativa no mundo, ela causa uma deterioração do funcionamento cerebral com perda de funções cognitivas, prejuízos de atenção e memória, dentre outros efeitos.

De acordo com a Associação Internacional de Alzheimer, cerca de 50 milhões de pessoas no mundo são acometidas por demência, sendo a mais comum o alzheimer. No mundo, a cada 3 segundos uma pessoa desenvolve algum tipo de demência e estima-se que o número de pessoas nesta condição triplique, passando para 152 milhões em 2050.

O médico geriatra e professor da Universidade Santo Amaro Márcio Kamada alerta para a importância do diagnóstico precoce da doença para que o tratamento seja iniciado o mais brevemente possível postergando os estágios mais graves do alzheimer.

— É uma doença progressiva. Os tratamentos vão tentar retardar a evolução da doença e tentar manter o idoso no convívio social para que não fique agressivo ou tenha atitudes inapropriadas socialmente.

Ele destacou a necessidade de formação adequada dos profissionais de saúde para que a doença não seja tratada em sua fase inicial como transtornos como depressão ou ansiedade.

— É muito importante que os médicos que estão na atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS) recebam treinamento adequado para identificar precocemente o declínio cognitivo. Muitos dos medicamentos para a demência estão disponíveis de graça na rede pública.

Segundo o médico geriatra, um dos sintomas mais importantes para o diagnóstico precoce é a perda de memória recente.

— A pessoa passa a ser repetitiva, pergunta algo que tinha acabado de perguntar, sendo que a memória antiga está preservada, ela lembra de fatos da infância. O idoso esquece onde guarda os objetos, esquece as palavras. Os familiares percebem que ele perde a capacidade de fazer contas, de lidar com o dinheiro, de receber um troco.

Numa segunda fase, diz Kamada, o idoso tem problemas de convívio social porque aumenta a agressividade, há constante alteração do humor. Em estágio mais avançado, a pessoa perde a mobilidade, não consegue comer, trocar de roupa ou tomar banho sozinha e passa a ficar praticamente em cima de uma cama.

O tratamento é feito com uma equipe multidisciplinar de médicos, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, educador físico, nutricionista, assistente social.

— Mas o melhor tratamento é a inserção social com acolhimento familiar e paciência.

 

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