Devemos sonhar

Elismar José Alves

 

Passeando pela filosofia do Tibet, deparamos com a seguinte fragmento: “Três salas, ó cansado peregrino, conduzem ao fim dos trabalhos, três salas, ó conquistador de Mara (mata a alma), te trarão através de três estados até o quarto,... o mundo do descanso eterno”.

Estes três estágios estão relacionados com a consciência humana. Podemos esforçar por percebê-los em nós mesmos.

A primeira sala é chamada de sala da ignorância, “é a sala em que viste a luz, em que vives e hás de morrer”, é o mundo dos sentidos e da consciência terrena, também relacionada com uma espécie de “sono profundo”.  Aqui está a grande parte das pessoas, que não sabem o porquê vivem e também não tem interesse em sabê-lo.  Aqueles que acabam por esconder por trás de suas personalidades, escondendo também os seus medos e dúvidas.   Na maioria das vezes comportando-se, como se já soubesse de tudo, mas no fundo, os mistérios da natureza como os da vida e da morte, o assustam, preferindo não se aproximar deles. Acabam-se por aceitar uma vida meramente vegetativa, atendo-se apenas as necessidades fisiológicas e de segurança.

A Segunda sala é a sala da aprendizagem. “Nela a tua Alma encontrará as flores da vida, mas debaixo de cada flor uma serpente enrolada”. Esta é a sala do filósofo que busca a verdade porque tomou consciência de sua própria ignorância. Porém é um caminho de erros e acertos, visto que temos a necessidade de experimentarmos e cairmos na pluralidade do conhecimento.

Porém, este impulso investigativo é o que nos mantém sempre “jovens”, buscando sempre a superação de nós mesmos.  Einstein dizia que “todos nós somos muito ignorantes. O que ocorre é que nem todos nós ignoramos as mesmas coisas”.  Sócrates também, reconheceu sua ignorância quando dizia: “Só sei que nada sei”. É de fundamental importância, reconhecermos primeiro que não sabemos, para a partir daí, começarmos a buscar a sabedoria das coisas que nos envolve.

O nome da terceira sala é sabedoria, região de plena consciência espiritual, aqui as sombras são desconhecidas e a luz da verdade brilha. 

A sabedoria está em todo lugar e sabemos que ela existe. A verdade é a luz que ilumina nossas vidas. Quando queremos buscar as coisas dizemos como?  Toda verdade pode ser definida e fundamentada. Daí que surge a importância e necessidade das escolas de filosofias de todos os tempos, sejam elas da Índia, Tibet, Egito, Grécia, Roma, etc.

Devemos sonhar em buscar os fundamentos de nossas próprias vidas, que nos permita sermos naturais e autênticos, sermos nós mesmos, da mesma forma como são naturais o sol, a terra e as estrelas. 

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