Desinteresse em “santinhos” resulta em calçadas sujas

Maria Tereza Oliveira

Com a aproximação das eleições, as ruas divinopolitanas estão cobertas de “santinhos” de políticos. Apesar de serem ecologicamente prejudiciais e existir diversas outras formas de divulgação permitidas pela lei, a panfletagem é ainda uma das principais formas de propaganda dos candidatos.

Andando pelas ruas do Centro da cidade é possível notar os reflexos da panfletagem política. Mesmo com as calçadas sendo varridas frequentemente, sobram alguns panfletos remanescentes, provavelmente descartados por transeuntes.

Vale lembrar que a panfletagem é uma maneira de propaganda eleitoral permitida por lei, assim como diversas outras maneiras de promover os candidatos, como adesivar carros particulares, utilizar bandeiras, colocar mesas para distribuição de material de campanha — desde que sejam móveis e não atrapalhe a circulação de carros e pessoas —, carros de som, propaganda em TV e rádio, dentre outros.

Povo fala

O Agora foi às ruas ouvir a opinião das pessoas sobre a panfletagem. A maioria dos não gosta de receber “santinhos” dos candidatos.

A estudante Anna Cecília Sousa, de 24 anos, afirmou que não faz diferença, por isso, costuma não receber.

— Eu ando sempre com pressa nas ruas e ser parada para receber qualquer panfleto já é um atraso. Isso sem falar que, com a internet, não vejo necessidade de trabalharem com papel — revela.

O vendedor Jardel Henrique Ferraz, de 28 anos, concorda com Anna e acrescenta a preocupação com o meio ambiente.

— Eu faço questão de recusar todos os ‘santinhos’ porque incomoda, mas principalmente pela agressão ao meio ambiente. É algo descartável, que a maioria nem vai ler antes de jogar no lixo. Sem contar que muitos jogam no chão e aí já vai para outro problema que é o de entupir bueiros e depois resulta em enchentes e mais problemas para todos — opina.

Mas há, quem discorde. É o caso da aposentada Maria das Graças Santos, de 67 anos, que vê na panfletagem uma ótima forma de divulgação para quem não tem acesso à internet.

— Na TV e na rádio não dá tempo de ver todas as propostas dos candidatos. Nos ‘santinhos’, a gente consegue se informar e conhecer melhor os candidatos. O lado negativo é a sujeira nas ruas, principalmente na véspera das eleições — ponderou.

A dona de casa Eliane Aparecida, de 43 anos, não concorda com a panfletagem.

— É algo desnecessário. Dá para contar nos dedos quem lê e o pior é que as pessoas jogam papel no chão. Acaba dando mais trabalho para quem varre as ruas — avaliou.

Panfletagem

A panfletagem é uma das formas mais antigas de propaganda eleitoral. De acordo com a lei eleitoral, a entrega de panfletos feita por pessoas contratadas pelos partidos ou pelos candidatos para fazer a distribuição do material é permitida. Também é permitido que em um folheto contenha propaganda de mais de um candidato do mesmo partido ou da mesma coligação.

Por outro lado, não é permitido distribuir panfletos que façam ofensa ou calúnia contra outros candidatos, distribuir panfletos em escolas públicas ou usar frases, símbolos ou imagens que sejam parecidas com as que são usadas por órgãos de governo e que possam confundir o eleitor.

Apesar de ser algo frequente, não é permitido distribuir ou jogar panfletos na rua ou perto dos locais de votação na madrugada do dia da eleição.

Em entrevista ao Agora, o assessor de um dos candidatos, disse que as propostas ficam mais expressivas com a panfletagem.

— É ele mesmo que entrega seus santinhos. Ele se apresenta diretamente com seus possíveis eleitores — destaca.

Além da entrega de folhetos, o candidato em questão também usa as redes sociais e adesivos nos carros de apoiadores como forma de divulgação.

— Há uma página no Facebook que contribui bastante para a divulgação de suas propostas e afins — destacou.

Em relação à poluição visual e ambiental causada pelos santinhos, o assessor não quis se pronunciar se limitando a dizer que orienta o descarte dos santinhos na lixeira.

Propaganda política

A propaganda eleitoral está em vigor desde o dia 16 de agosto.  Os candidatos podem divulgar suas propostas via panfletagem, adesivar carros particulares, utilizar bandeiras ou colocar mesas para distribuição de material de campanha, usar carros de som, propaganda em TV e rádio, dentre outros.

Mas há certas coisas que não são mais permitidas, como por exemplo, pintar muros de imóveis particulares com propagandas eleitorais, colocar cavaletes com propagandas dos candidatos na rua, os ‘showmícios’ são proibidos e as campanhas eleitorais não podem se valer de apresentações de artistas para animar um comício ou uma reunião eleitoral, além de ser proibido distribuir camisetas, chaveiros, bonés, canetas, cestas básicas ou qualquer outro material que possa ser caracterizado como uma vantagem ao eleitor.

Prazo curto

Faltam apenas 26 dias para a realização do segundo turno das eleições. Neste ano, ocorrem no dia 7 de outubro. Com o prazo curto os candidatos fazem o que podem para convencer aos eleitores. Além da distribuição dos famosos ‘santinhos’, eles vão de porta em porta, fazem corpo a corpo nas feiras e outros espaços públicos, tudo na disputa dos votos, principalmente, dos indecisos.

 

 

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