Denúncias podem anular concurso estadual da Educação

 

 

Gisele Souto

As provas do concurso da Educação Estadual rederam muita polêmica e denúncias. Com isso, podem ser anuladas.

O horário marcado para o início das provas era às 8h e a maior parte dos candidatos chegou por volta das 7h30 por medo de encontrar o portão fechado. Porém, acabaram tendo de esperar até 9h15. Nas redes sociais, apareceram ainda supostas fotos das provas tiradas em sala.

A professora de inglês Luciene Fonseca foi um dos candidatos que vivenciaram a situação. Ela revela que, na escola onde prestou o concurso, houve 1h15 de atraso. Com isso, já estava ansiosa quando começou a prova e demorou quase quatro horas resolvendo as questões.

— Agora é só expectativa. Não sei se vão divulgar o gabarito como estava escrito na prova, não sei se vão cancelar. O jeito é aguardar e ir acompanhando as informações — afirma.

Não foi diferente com a auxiliar administrativo Fabiane Duarte Gomes, que tentou uma vaga para pedagogia.  De acordo com ela, enquanto as provas não chegaram em todos os locais da cidade, não se pôde começar e que o mesmo ocorreu em toda Minas Gerais. Revela ainda que, na escola onde fez provas, na Pedro Magalhães, no bairro Esplanada, houve até registro de Boletim de Ocorrência pela Polícia Militar. Lá também ocorreu atraso de cerca de 1h15, mas não foi o principal.

— O pior foi quando vi fotos das provas publicadas na internet. Agora, o concurso pode ser cancelado ou reaplicado; se assim for, corremos o risco de passar por novo desgaste — reclama.

Conquista e divulgação

A realização do concurso, na opinião do Sindicato dos Servidores da Educação de Minas Gerais (SindUte), foi uma importante conquista da categoria, que realizou uma greve nacional em 2017. Este foi um dos compromissos do Governo do Estado com os servidores no fim. Quase 17 mil vagas foram disponibilizadas para professor e especialista da Educação Básica.

Como alguns candidatos, o SindUte denuncia que pessoas fizeram filmagens dentro das salas de prova, fotografias de gabaritos, pacotes de provas e usaram celulares dentro das salas para posterior divulgação.

— Na sequência, começou a circular uma orientação de um grupo que assina "Sisdemg" pedindo que as pessoas enviassem os relatos. Este grupo é contra concurso público e há muito tempo defende efetivação sem concurso e contrato de cinco anos também sem concurso — diz o sindicato em nota.

Porém, a entidade diz também que em muitos locais a realização das provas ocorreu sem nenhum problema. O Sind-Ute solicitará que o Governo do Estado preste explicações e investigue  as denúncias.

O Estado

Em nota, a Secretaria Estadual de Educação informa que a empresa contratada para realizar o concurso – Fundação Mariana Resende Costa (Fumarc) – relatou que houve problemas com entrega de listagens de candidatos em quatro locais de prova em Belo Horizonte. Por causa disso, a empresa decidiu adiar em uma hora o início em todos os locais nos quais elas seriam aplicadas, tanto na parte da manhã quanto na parte da tarde.

Além disso, no final da tarde de ontem, a Secretaria de Educação tomou conhecimento de denúncias que circulavam em redes sociais quanto ao uso de celulares em ambiente de provas, além de fotos de supostas provas. A SEE acionou imediatamente a Fumarc para apuração das denúncias e aguarda uma posição da empresa.

Confira o que diz a Fumarc

“A Fundação Mariana Resende Costa (Fumarc) esclarece: o concurso da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, realizado no dia 8 de abril, enfrentou um problema de logística, o que causou o prolongamento do horário de início das provas em 60 minutos.

O material de apoio aos fiscais, com a lista de presença dos candidatos, que seria destinado a quatro escolas de Belo Horizonte, foi embarcado em veículo da Fumarc com outra rota de distribuição. Com isso, o veículo da Fumarc teve que retornar ao ponto de origem para a destinação correta do material de apoio.

Para garantir aos candidatos as mesmas condições na realização das provas, o início do concurso, em todas as regiões, ocorreu quando as quatro escolas receberam o material de apoio.

Também com o objetivo de respeitar o intervalo entre as provas da manhã e tarde, considerando que muitos candidatos participariam dos dois concursos, o início das provas, neste segundo turno, também foi prolongado.  Importante ressaltar: a Fumarc, com 40 anos de experiência na realização de concursos públicos e privados, está apurando os fatos envolvendo este concurso”.

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