Denunciados em crime contra figuras políticas começam a depor na Polícia Civil

Lohanna, Laiz e Warlon fizeram boletim de ocorrência no último mês

Bruno Bueno

Após receberem diversos ataques e ameaças presencialmente e nas redes sociais, a vereadora Lohanna França (CDN), a candidata à Prefeitura em 2020, Laiz Soares (Solidariedade) e o presidente do Conselho Municipal de Saúde (CMS), Warlon Elias, fizeram no final do mês passado, boletins de ocorrência na Polícia Civil denunciando os possíveis autores.

— Eu vou fazer um boletim de ocorrência, irei tomar as providências cabíveis para investigar. Isso é crime cibernético, espalhar fakenews, colocar número de telefone dos outros assim. Me deixem em paz, parem de me perseguir — disse Laiz à época.

Passados mais de 20 dias após as denúncias, a reportagem apurou, com exclusividade, que os primeiros acusados começaram a ser chamados para depor na delegacia de Polícia Civil.

Joe Augusto de Paula, conhecido como “Joe só alegria”, denunciado como um dos principais divulgadores e idealizadores dos ataques foi intimado a comparecer na delegacia na manhã desta sexta-feira. Acompanhado de seu advogado, o músico de 51 anos, ao ser questionado pela delegada Maria Gorete Rios, responsável pelo caso, afirmou que não irá se pronunciar no momento e que só falará em juízo.

Relembre o caso

O trio começou a receber os ataques no dia 14 de abril, quando a Justiça decidiu, após ação civil pública ter sido proposta pelo Estado de Minas Gerais, através da Advocacia Geral do Estado, a suspensão de uma Nota Técnica, emitida cinco dias antes pela Prefeitura, que possibilitava a abertura do comércio não essencial mesmo a cidade estando, à época, na onda roxa do programa Minas Consciente. Os três foram acusados porque dias antes o Presidente do CMS, Warlon Elias, foi ao Ministério Público (MP) para formalizar uma denúncia sobre o fato de o comércio não essencial estar aberto. 

Mesmo com a clareza sobre a originalidade da denúncia, que veio a partir do Estado, os três foram duramente atacados. A situação virou caso de polícia quando uma montagem, amplamente repassada nas redes sociais, divulgou os números de telefone das vítimas.

— Se ficar desempregado, chame um deles. Esses são os verdadeiros responsáveis pelo novo fechamento do comércio. Denunciantes do Ministério Público — dizia o texto contido na figura.

Quem são os denunciados?

O Agora teve acesso com exclusividade aos documentos que mostram quem foram os denunciados pelas figuras públicas.

Josué Augusto de Paula, conhecido como “Joe Augusto Só Alegria”, Anderson Sbampato e Flávio Lucas de Moura, conhecido como “Flávio Cebola”, foram acusados de serem os principais divulgadores e idealizadores dos ataques. Além disso, Joe foi denunciado como o autor da arte que divulgou os telefones das vítimas.

Em prosseguimento às denúncias, também foram acusados Luciano de Souza e Sheila Lelis, que teriam publicado ofensas nas redes sociais. O vereador Eduardo Azevedo (PSC) também foi denunciado por, segundo as acusações, incitar seus apoiadores que Laiz Soares — na qual referiu, em pronunciamento na Câmara,  como ex-candidata que perdeu as eleições — e Warlon Elias seriam os responsáveis pelo fechamento do comércio e, por conta disso, os ataques começaram.

Por fim, outras quatro pessoas foram denunciadas. Os vereadores Diego Espino (PSL) e Flávio Marra (Patriota), além do prefeito Gleidson Azevedo (PSC) acusados de serem apoiadores dos ataques direcionados às vítimas. Flávio e Gleidson teriam, inclusive, publicado um vídeo nas redes sociais que, segundo a denúncia, dá a entender que o culpado pelo fechamento é Warlon. Cristiano Nunes, não sendo identificado qual crime teria cometido, também foi denunciado. Todos estes foram denunciados somente pelo Presidente do CMS.

Mais detalhes

A cobertura completa sobre o caso, incluindo todos os detalhes, você confere em primeira mão na próxima edição impressa do Agora, que sairá na próxima terça-feira.

 

 

 

 

 

 

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