Demorou...

Demorou...

Demorou – até muito – mas a primeira denúncia entre vereadores deve ser protocolada na Comissão de Ética da Câmara. Após ser criticada pelo vereador Eduardo Azevedo (PSC), a vereadora Lohanna França (CDN) protocolará nos próximos dias uma denúncia contra o colega na referida comissão. Demorou, mas os ataques entre os representantes do povo começaram. Enganou-se quem achou que esta situação ficaria apenas para a legislatura passada. Há pouco mais de oito meses no poder, alguns parlamentares mostram, escancaram, que não foram eleitos para representar um povo, mas, sim, para defender seus próprios interesses. Esquecem-se que o Estado é laico, que ali, naquele plenário, estão defendendo os direitos de um povo ou de seus apoiadores, afinal, o gordo salário que recebem todo mês é pago por todos, e não por aqueles que os defendem e acreditam em tudo que saem falando por aí. 

Demorou… Mas a Câmara de Divinópolis começa o seu habitual “show”. Os ataques gratuitos estão de volta. E a grande pergunta de hoje é, mais uma vez, por quê? Por que uns se incomodam com o trabalho de outros? Por que os ataques constantes? O que está tão reprimido no parlamentar que o faz tentar difamar a imagem de uma colega? Hoje, 25 de agosto, quase nove meses após a posse dos parlamentares, chegamos a um ponto que nos faz questionar simplesmente: por quê? O que falta para que alguns vereadores comecem a trabalhar de fato pelo povo? O que falta para que alguns parlamentares entendam que o Estado é laico, que eles não estão ali representando apenas A ou B, mas um povo? Um povo que é feito de diferenças, de todas as religiões, de pessoas que têm pensamentos diferentes. O bonito da democracia é isso: o respeito e a empatia. É disso que a democracia é formada.

Hoje, ao escrever estas linhas, o sentimento, sem sombra de dúvidas, é de decepção, pois uma denúncia protocolada na Comissão de Ética, por uma vereadora que é constantemente atacada, só nos traz a certeza de que o futuro de Divinópolis talvez não seja tão brilhante quanto se esperava. Afinal, se o exemplo “vem de cima”, não há grandes expectativas. O mais triste e desolador é o fato de que se engana quem pensa que essa denúncia da Comissão de Ética colocará um freio na situação. Estamos no país da impunidade. Aqui, principalmente neste momento de tolerância zero que vivemos, não existe diálogo, não existe respeito isso virou artigo de luxo. Os ataques são, inclusive, aplaudidos.

Tudo minimamente estranho e confuso. São eleitos democraticamente, mas não aceitam a democracia. Tudo muito estranho. Fora do aceitável e daquilo que pregam. Poderíamos definir como incoerente. E, já que demorou, o jeito é sentar e esperar se por algum instante uma flecha de luz passará pelo Poder Legislativo e mostrará para alguns vereadores qual a real função deles na Câmara.

 

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