Débito estadual impacta diretamente na saúde em Divinópolis

 

Maria Tereza Oliveira

A área da saúde em Divinópolis respira com ajuda de aparelhos há meses. De acordo com a Prefeitura, o Estado deve ao Município R$ 105  milhões só ano passado, sendo que cerca de R$ 72 milhões são referentes à área da saúde. Como resultado, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto, foi uma das mais castigadas e, por isso, passou por momentos de tensão em 2018.

O ano mudou, mas os atrasos persistem. O Executivo revelou ao Agora que, só em relação a janeiro, já são R$ 11 milhões atrasados. A assessoria de comunicação afirmou que os números de fevereiro, só serão inclusos depois do fechamento do mês.

Pouco investimento

Refletindo os números está a queda de investimentos na saúde. No início do ano, o Executivo revelou que, no ano passado, da dívida total, cerca de R$ 72 milhões são referentes à área da saúde. Um levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) apontou no último estudo divulgado que a Divinópolis gastou R$ 324,85 por habitante em 2017.

Em comparação com 2013 e 2014, a média de investimento por cidadão na saúde foi de R$ 324,92. O custo passou a ser de R$ 340,19. Ou seja, o valor aplicado, ao invés de acompanhar o aumento do salário mínimo, caiu.

O Município adiantou que, embora o Estado esteja depositando nas contas da cidade, é necessário esperar o fechamento do mês para saber se ficou faltando algo.

— O atual Governo ainda deposita, já o anterior, não fazia depósitos — revelou.

Investimento à vista?

Ontem, o governador Romeu Zema (Novo), revelou ter conseguido um recurso extra para saúde, no valor de R$ 196 milhões. A verba extra é destinada para atenção hospitalar, vigilância e atendimento em saúde mental.

De acordo com o governo, deste montante, R$ 4 milhões será para Brumadinho e, além deles, outros 17 municípios serão contemplados.

A maior parcela do dinheiro, R$ 192 milhões, foi incorporada ao Teto Financeiro de Média e Alta Complexidade (MAC) estadual, ou seja, aos valores que são repassados de forma regular para assistência ambulatorial e hospitalar.

O Governo de Minas afirmou ter conseguido, junto ao Ministério da Saúde, que o valor para o Teto MAC, que representa um envio mensal de R$ 16 milhões para a saúde de Minas (R$ 192 milhões em 12 meses), seja pago em quatro parcelas neste ano.

Na prática, segundo o governo, permitirá que, no primeiro mês de vigência da portaria que libera os recursos, o Fundo Estadual de Saúde receba um total de R$ 48 milhões. A medida auxilia o Governo de Minas na reorganização das contas estaduais e na busca de garantir a assistência à saúde da população mineira.

Novela da UPA

A UPA teve um 2018 difícil, a exemplo de anos anteriores. Com problemas financeiros e excesso de pacientes, esteve a beira do caos. Mas, em 2019, pelo menos por enquanto, a história é outra. Com a criação do Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) e o desbloqueio da emenda do ex-deputado federal, Jaime Martins (PSD), no valor de R$ 1 milhão, a UPA inicia melhor a caminhada neste ano. No ano anterior, o mesmo valor havia sido destinado pelo deputado Domingos Sávio (PSDB).

De acordo com o superintendente da unidade de saúde, José Geraldo Pereira, o conhecido Geraldinho da Saúde, é preciso enaltecer a boa fase, apesar dos recursos escassos.

Ele justifica a situação controlada, vai além da financeira, mas também o “desafogamento” da unidade, que estava com quartos e corredores sempre lotados.

Mesmo com todas as dificuldades e com a cidade passando por um surto de dengue, a Prefeitura afirma que, graças às economias feitas pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) nos últimos dois anos, embora difícil, ainda há reservas para manter a saúde em funcionamento.

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