De golpe em golpe, lá vai o Brasil

PARA DIA 22 DE JULHO DE 2021 

Augusto Fidelis

 

De golpe em golpe, lá vai o Brasil

Em 1500, Pedro Álvares Cabral chegou por estas bandas nuns barcos velhos chamados caravelas, com um bando de maltrapilhos. Ante o encantamento dos nativos com aquela novidade, Cabral mandou logo celebrar uma missa e declarou: “Em nome de Portugal, estão todos amarrados”. Os índios não deram importância à ameaça. Ao contrário, ofereceram aos visitantes as suas mulheres e as melhores iguarias. Os que chegaram perceberam que o negócio era bom demais e retribuíram aos anfitriões a fidalguia oferecendo-lhes espelhos e outras bugigangas sem nenhum valor. O escambo comeu solto.

Se aqueles índios tolos, em vez de fazer gracinha para os portugueses, os tivessem jogado no caldeirão e feito um bom guisado, a nossa história seria muito diferente. Como deram mole, veja estimado leitor, querida leitora, o que acontece nos nossos dias. Ao longo do tempo, é golpe atrás de golpe.

Por volta de 1789, Tiradentes e seus companheiros acharam por bem dar um golpe para livrar o Brasil do jugo de Portugal. Dona Maria I deu o contragolpe enforcando o líder do movimento. Na época, ninguém imaginava que a soberana viesse depois para o Brasil, na comitiva do seu filho, dom João VI, em fuga dos golpes aplicados por Napoleão Bonaparte. Dona Maria morreu no Rio de Janeiro.

Dom João foi embora e deixou seu filho dom Pedro I, que deu o golpe logo depois proclamando a Independência do Brasil, com prejuízo para Portugal. Dom Pedro alegou que foi o povo que o pediu para ficar. Mas fez um tanto de bobagem e, no final, foi embora, deixou seu filho de cinco com as responsabilidades. Será que isso foi um golpe ao Dia do Fico?

Como o tempo não para, dom Pedro II cresceu, casou-se, teve filhos e reinou por muito tempo, sendo considerado um homem sábio. Porém, induzido pela Maçonaria, deu golpe na Igreja mandando prender dois bispos, episódio que ficou conhecido como “A questão religiosa no Brasil”.

De repente, uns gatos pingados colocaram o convalescente marechal Deodoro da Fonseca em cima de um cavalo, levaram-no até o centro de uma praça e ele gritou: “Viva a República”. Rui Barbosa correu onde se encontrava o imperador e disse: “Pula fora que o barco é nosso.” Sem sombra de dúvida, a República brasileira é um golpe.

Ainda recente, Lula e Dilma mandam os correligionários colocarem fogo no país sob a alegação de que o impeachment seria um golpe arquitetado por Cunha, que recebeu um golpe do Supremo, que recebeu contragolpe de Valdir Maranhão, que desfez o golpe sob pressão. Agora querem dar um golpe no presidente Bolsonaro. Para isso usam de tudo, mas, a qualquer hora, esses carcarás podem receber um contragolpe e se danarem. Veja: eu aqui na torcida!

 

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