Dança das cadeiras

Preto no Branco

Oficialmente, a corrida eleitoral ainda não teve início. Os partidos devem anunciar seus candidatos a vereadores e prefeito apenas em março ou abril, como de costume. No entanto, quem ocupa as cadeiras atualmente já pensa em estratégias para se manter no cargo. E os que estão “politicamente desempregados” buscam fortalecer suas alianças e presenças nas redes sociais. O futuro ainda é incerto, mas já é possível prever alguns dos discursos: melhorar a infraestrutura dos postos de saúde, criticar o serviço de abastecimento de água na cidade e se dizer contra “velha política”. A verdade é que, quando chegam ao cargo, com exceção de alguns, o resultado é o mesmo: quase nada.

A busca pelo populismo

Quando retomarem as atividades, em 4 de fevereiro, os vereadores devem (e precisam) estar com os discursos afiados para conquistar o eleitor. Sempre com um pensamento em mente: os cidadãos estão cansados dos discursos ao vento e promessas vazias. Como definiria Juscelino Kubitschek, o JK: 50 anos em 5. No caso de alguns vereadores e até mesmo do prefeito Galileu Machado (MDB), a meta será cumprir as promessa de quatro anos de mandato em oitos meses – período até as eleições. Tarefa quase impossível, visto que os objetivos delineados pelos políticos eram e ainda são distantes da realidade econômica da cidade.

Cidade fantasma

Divinópolis vê cidades menores (com arrecadações e gastos, obviamente, menores) se desdobrando e conseguindo lidar com as dificuldades financeiras. A “Cidade do Divino” que, na teoria, deveria ter condições de manter uma estrutura minimamente sustentável, com a promoção de eventos esportivos e culturais, se afunda aos poucos: empréstimos com Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Divinópolis (Diviprev), atraso no pagamento de servidores e fornecedores, obras paradas... O número de cargos comissionados na Prefeitura pode e deve ser criticado. Com a estrutura atual, todos os serviços deveriam estar sendo exercidos com agilidade. No entanto, não é isso que se tem visto. Talvez seja a hora de a Prefeitura implementar o "fazer mais com menos".

Na briga, a culpa é sempre do irmão

O prefeito sempre justifica os problemas com a dívida milionária do Estado com Divinópolis. Ele não mente: de fato, as contas municipais foram prejudicadas com o sequestro dos repasses estaduais. Porém, em vez de fazer o óbvio, “cortar na própria carne”, Galileu optou por inchar a máquina pública, jogando a responsabilidade dos problemas para o Estado e se eximindo de sua tarefa como prefeito: superar as adversidades. Não é tarefa simples, mas necessária. O chefe do Executivo não deve temer ser odiado, mas, sim, não ser eficiente. Os problemas são complexos e não serão solucionados do dia para a noite. Mas, nesse ritmo, nem de uma década para outra.

Prorrogação?

2019 acabou, mas a novela do Camelódromo ainda rende. A novidade é o pedido do vereador Marcos Vinícius (Pros) para que o prazo de retirada dos ambulantes seja prorrogado em mais 30 dias. A data inicial estabelecia que os vendedores fossem retirados já no dia 12, para que a Prefeitura desmanche os boxes. A nova prorrogação seria consequência das chuvas. O vereador alega que as últimas tempestades impactaram no progresso das obras do novo local para os ambulantes. Será que desta vez as partes entram em consenso?

13° empurrado

O funcionalismo público municipal passa pelo mesmo drama já enfrentado em anos anteriores: o atraso no 13° salário. Enquanto o Legislativo recebe o benefício em dia, ou até mesmo adiantado, os servidores do Executivo não têm a mesma sorte. Pelo segundo ano seguido, grande parte dos trabalhadores estão sem receber o direito. Ora, o 13° não é um bônus, não é um favor para o trabalhador, é um direito garantido por lei. Inclusive, ela determina que a primeira parcela seja paga entre os dias 1º de fevereiro e 30 de novembro. Já a segunda parcela deve ser quitada até 20 de dezembro. No entanto, o Executivo continua protelando.

Só em agosto...

Como se não bastasse a demora, a Prefeitura informou que o 13º referente a 2019 de todo o funcionalismo público será quitado com oito meses de atraso, ou seja, só em agosto, quatro meses antes do 13º de 2020, se este for pago no prazo correto. Enquanto isso, a situação se torna uma bola de neve cada vez maior, e o servidor já se preocupa e vê o benefício deste ano ameaçado... De novo.

 

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