Dada a largada

Preto no Branco 

Desde ontem, os interessados em disputar um cargo nas eleições deste ano já podem mergulhar de vez na disputa. É que começou o período das convenções partidárias. Com a promulgação da Emenda Constitucional (EC) que adiou as eleições, todos os prazos eleitorais previstos para o mês de julho foram prorrogados por 42 dias, proporcionalmente ao adiamento da votação. Assim, as convenções para a escolha de candidatos, que aconteceriam de 20 de julho a 5 deste mês, terminam no próximo dia 16. Isso significa que, no dia 17, o divinopolitano saberá quem efetivamente entrou na briga pela Prefeitura e por uma cadeira na Câmara e quem ficou pelo caminho. 

O pior que vai

O cenário local, que até ontem tinha nove chapas na corrida pela Prefeitura, pode chegar ao fim das convenções com três ou quatro a menos. O que não seria novidade, pois foi visto em processos municipais anteriores. No entanto, em 2020, “largar o osso” parece estar mais doído. Assim, a disputa deve fechar com, pelo menos, seis postulantes. A baixa na quantidade de chapas não seria por desistência, como ocorreu com a médica Heloísa Cerri (Avante), mas pela junção de membros delas, que estariam se aliando a outros que, anteriormente, eram concorrentes. De duas delas, o troca-troca já é praticamente certo. Ah, detalhe: com as mudanças, sobrariam dois vices. Estes devem ocupar secretarias, caso seu antigo parceiro seja eleito. Em breve, confirmaremos quais são as peças deste tabuleiro maluco. 

Ele voltou 

Por essa, os demais candidatos e boa parte da população que o conhece não esperavam. Jorge Torquato está de volta e, mesmo sendo impedido judicialmente, vai disputar a Prefeitura. O Psol, ainda seu partido, deixou para anunciar seu nome aos 46 do segundo tempo. Figura emblemática, sempre está presente nos processos eleitorais da cidade. E foi exatamente em um deles, para deputado federal, que teve sérios problemas com a Justiça Eleitoral. Torquato foi condenado por irregularidades na prestação de contas em 2010, quando vislumbrava uma cadeira na Câmara Federal. Naquele ano, a empresa de sua propriedade  doou recursos de R$ 3 mil para a sua própria campanha. Aí que veio o problema. A empresa não tinha renda, como apresentado em balanço. Resultado: foi condenado a pagar R$ 64 mil. No sentido geral, corajoso ele, muito mais o partido.

Vestibular eleitoral 

E não é só no Executivo que a disputa é acirrada. No Legislativo tem pré-candidato para “arrastar de rodo”. Pelo andar da carruagem, o número de concorrentes deve chegar a 300. Para se ter uma ideia, a cidade conta com 21 partidos aptos a lançarem candidatos, mas ainda bem que nem todos apresentarão chapa completa e outros nem vão lançar. Imagine se fossem todos! Cada legenda pode apontar 26 nomes, sem se esquecer que 30% precisam ser destinados ao sexo feminino e que, neste ano, a Justiça Eleitoral não perdoará falcatruas. Haja memória para assimilar imagem e fala de tanta de gente, e calculadora para fazer as contas de quantos serão por vaga. A continuar assim, serão 18 na briga por cada cadeira. E que pare por aí. Nunca é demais lembrar que, onde sobra quantidade, falta qualidade.

Novo formato 

Ainda sobre as convenções em andamento, que envolvem todo mundo aí citado que está se digladiando por um cargo, todas as recomendações médicas e sanitárias impostas pelo novo coronavírus serão atendidas pela Justiça Eleitoral. Os partidos políticos poderão, por exemplo, realizar suas convenções em formato virtual para a escolha de candidatos e formação de coligações majoritárias. Sem esquecer, é claro, de manter todos os seus filiados informados, das datas e medidas que serão adotadas. As agremiações terão autonomia para utilizar as ferramentas tecnológicas que entenderem mais adequadas, desde que obedeçam aos prazos aplicáveis nas Eleições 2020 e às regras gerais da Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições) e da Resolução TSE nº 23.609/2019, com as adaptações. Processo atípico e, com certeza, muito diferente dos anteriores, mas com todo o rigor exigido pelas leis. É bom que os acostumados aos famosos “jeitinhos” fiquem espertos, porque distinto não significa maleável. 



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