Crimes violentos despencam em Divinópolis e região

 

Gisele Souto  

A exemplo de Minas Gerais, Divinópolis e região tiveram uma queda significativa no registro de crimes violentos nos cinco primeiros meses de 2018. Única prática criminosa em que houve aumento na cidade foi o homicídio. Já a que teve a maior redução foi a de roubo. 

Enquanto em 2017, foram contabilizados 859 roubos, em 2018 foram 514, uma redução de 40,16%. Na região sob o comando do 7º Departamento da Polícia Civil, que abrange 50 municípios, são 3.214 no ano passado, contra 1.994 neste ano, queda de 37,9%. 

Furtos 

Os números referentes aos furtos praticados no período também são positivos. No acumulado de janeiro a maio, em relação ao ano passado, Divinópolis teve uma queda de 1,49%, ou seja, 1.867 em 2017 contra 1.839 em 2018. Nas 50 cidades, foram 8.574 no ano passado e 7.375 neste ano, uma redução de 13,98%. 

Assassinatos 

Quando o assunto são os assassinatos, esse crime sobressaiu aos demais em Divinópolis. Houve um aumento de 8,33%. Até maio deste ano, foram registrados 26 contra 24 do mesmo período de 2017. Porém, como a estatística é até o quinto mês, os três de junho não entraram na conta. São então 29 até agora. 

Se em Divinópolis esse crime ainda não recuou, na região os números são bastante positivos. A redução chegou a 42,51%. 

Motivos 

Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) mostram que os trabalhos das polícias Militar, Civil, Corpo de Bombeiros e Secretaria de Administração Prisional (Seap) evitaram que pelo menos 114 roubos fossem cometidos, por dia, em Minas.  

Para o chefe do 7º Departamento da PC, Ivan Lopes, a redução da criminalidade é relevante no Centro-Oeste. Para ele, é fruto da união de esforços de todas as forças de segurança e uma boa integração desses órgãos com o Judiciário e com o Ministério Público. Destaca também a participação da população, que tem se conscientizado em colaborar e confiar nas polícias. Além disso, segundo ele, a comunidade está também cada vez mais ciente de que é preciso adotar mecanismos legítimos de defesa do seu próprio patrimônio, sem ter de sempre esperar pelo trabalho das polícias. 

O delegado ressalta atuação da Polícia Militar, que, em sua opinião, tem feito um trabalho enérgico e ostensivo, uma excepcional prevenção, além da eficiência no trabalho de investigação da Polícia Civil.  

— Um detalhe importante que vale ressaltar é que, de acordo com o que foi apurado até agora, 48% das mortes violentas foram em consequência do tráfico de drogas. Em Divinópolis, este número é ainda maior: 65%. Na região, houve aumento de 18% no crime de tráfico de drogas — revela. 

Porém, o chefe do 7º Departamento da PC afirma que esse aumento não quer dizer necessariamente que houve expansão do tráfico e, sim, intensificação no trabalho das polícias e as ocorrências se tornaram mais eficientes.  Até agora, de acordo com o delegado, os inquéritos instaurados equivalem a 60% do total de todo o ano passado. Conta também que foi presa a mesma porcentagem de pessoas em 2018 contra todo o ano de 2017.  

— Talvez, isso explica este aumento na quantidade de homicídios em Divinópolis — completa.  

O delegado revela ainda que maio foi o mês que registrou a menor quantidade de homicídios na região, não somente em 2018, mas dos últimos três anos. 

— Em relação aos assassinatos, chamo atenção para Itaúna. Na cidade, de janeiro a maio do ano passado, foram registrados 24, enquanto neste ano, apenas dois. Outro fator relevante é o não registro de homicídios em algumas cidades até o momento em 2018: Lagoa da Prata e Arcos.  

Estratégias e ações  

Para o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Helbert Figueiró, a redução dos crimes violentos, “não acontece por acaso”. É resultado de “estratégias e investimentos feitos em segurança”. Segundo o comandante, o aumento do número de apreensões de armas pela PM também tem contribuído de forma expressiva para a redução. 

O comandante da 23º Batalhão da PM, Rodrigo Teixeira Coimbra, não pensa diferente. Ele ressalta a presença constante dos militares nas ruas, com a realização de ações e operações, buscando sempre a prevenção de crimes. 

— Todas essas variáveis, aliadas às apreensões de armas de fogo e drogas, contribuem para a redução da criminalidade violenta na cidade. Além da participação da comunidade através de denúncias pelo 190 ou 181 — arremata. 

Armas  

Até maio, a PM aprendeu em Divinópolis 71 armas de fogo. Foram 13 em janeiro, nove em fevereiro, 16 em marco, 17 em abril e 16 em maio.  

No mesmo período do ano passado, o número foi maior: 89. Foram 7 em janeiro, 23 em fevereiro, 12 em março, 29 em abril e 18 em maio. A explicação, segundo o comandante Rodrigo, é que no ano passado houve uma apreensão grande em uma carreta na rodovia, na qual foram apreendidas 45 armas de uma vez. 

— Os números deste ano são significativos. Se não fosse por esta apreensão grande, a quantidade superaria 2017 — disse.  

 

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