Coronavírus e atraso das reformas derrubam confiança do empresário

Icei caiu pelo segundo mês seguido, mas ficou acima dos 50 pontos, aponta Fiemg

Pablo Santos

Dois motivos contribuíram para a confiança do empresário mineiro, recuar, pelo segundo mês seguido. O coronavírus e a agenda de reformas estagnada deixaram o empresariado com desconfiança. A conclusão é do Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg).

O Icei caiu 3,7 pontos em março (60,2 pontos), na comparação com fevereiro (63,9 pontos), desacelerando pelo segundo mês consecutivo.

— A baixa atividade econômica no início do ano, a incerteza nos mercados provocada pela disseminação do coronavírus e o possível atraso na agenda de reformas contribuíram para a reavaliação da confiança pelos empresários —apontou a nota técnica.

O componente das expectativas caiu pela segunda vez consecutiva. O indicador recuou 4,7 pontos frente a fevereiro (67,5 pontos) e registrou 62,8 pontos em março, sinalizando empresários menos otimistas com as economias do país e do estado e com suas empresas nos próximos seis meses.

O índice foi 3,1 ponto inferior ao apurado em março de 2019 (65,9 pontos), quando as expectativas estavam em patamar elevado, influenciadas pela eleição de um novo governo.

50 pontos

O componente de condições atuais decresceu 1,9 ponto entre fevereiro e março, de 56,8 pontos para 54,9 pontos, mostrando empresários menos satisfeitos, especialmente, com a situação atual das economias brasileira e mineira.  Embora tenha sofrido a terceira desaceleração seguida, o indicador continua superior aos 50 pontos há oito meses, além de ser o mais alto para março em 10 anos.

O Icei resulta da ponderação dos índices de condições atuais e de expectativas, que variam de 0 a 100 pontos.

Valores acima de 50 pontos indicam percepção de situação atual melhor e expectativa positiva para os próximos seis meses, respectivamente.

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