Conheça os bastidores do grupo que levou o Guarani de volta à elite

Ana Laura Corrêa 

O Guarani enfrenta neste sábado, 5, o Tupynambás. É o segundo e decisivo da final do Módulo II do Campeonato Mineiro de 2018. O grupo que levou o Bugre de volta à elite do futebol mineiro na próxima temporada, no entanto, é muito maior que apenas os 11 jogadores que a torcida vê em campo. 

Nesta temporada, o Guarani teve um público médio de 2.500 torcedores por jogo, empurrando o time. Além disso, o alvirrubro contou, ao todo, com 25 jogadores, um técnico, um preparador físico, um auxiliar técnico, dois mordomos e quatro auxiliares de campo. 

A equipe também é composta por uma cozinheira, um zelador de campo, dois funcionários no departamento de marketing, um gerente de futebol, cinco diretores, um presidente e um vice. 

O Bugre teve, em 2018, cinco patrocinadores de camisas e 12 de placas e muros.  

— Essas receitas serviram para garantir os custos do campeonato, que incluem material esportivo, ônibus, hotel, estádio, folha salarial, alimentação e moradia, por exemplo. Além dos patrocínios, a outra receita do Guarani no ano foram as bilheterias — informou o clube. 

O time oferece casas para atletas, que vêm de outras cidades e estados com a família. Outros jogadores ficam no alojamento do clube, no qual há serviço de cozinha e faxina. Nesta temporada, 13 atletas vivem no local, que está localizado no próprio estádio do clube, o Farião. 

Um dos ocupantes do alojamento é o volante Yuri Ferraz. O jogador de 23 anos, natural da cidade de São Paulo, começou a jogar futebol aos 5 anos, na escolinha de futebol do Marcelinho Carioca. O atleta está em Divinópolis desde o dia 2 de janeiro deste ano, quando ocorreu a apresentação do time. 

—Antes disso, joguei também no Juventus da Mooca, São Paulo Futebol Clube, Ituano, Grêmio Prudente e Vocem — disse. 

O jogador chegou ao Guarani por meio de um amigo, que mostrou o DVD do atleta para um empresário. Este repassou o vídeo para o técnico Gian Rodrigues e para o diretor de futebol Renato Montak. 

—Aqui, tenho amigos só do clube mesmo e nenhum familiar. Dificilmente eu saio nas folgas. Devido à rotina de treinos e jogos, fico mais focado. Aqui é meu local de trabalho. Prefiro sair e fico mais à vontade onde moro, em São Paulo — explicou. 

Desde que veio para Divinópolis, o jogador voltou à terra natal somente uma vez. 

— Não tive tempo, é meio longe — disse. 

As folgas no clube, geralmente, são de apenas um dia, depois dos jogos. Yuri diz, no entanto, que já se acostumou a ficar longe de casa. 

— Já são quase seis anos nessa rotina. É uma dificuldade, mas pelo sonho fazemos tudo com alegria, sempre almejando coisas maiores — disse. 

Outro morador do alojamento é o lateral direito Ricardo Luz. O jogador é natural de Vitória, no Espírito Santo, mas a família, atualmente, vive em Timóteo. 

Ricardo começou a jogar futebol aos 10 anos de idade e, como profissional, passou pelo Tricordiano e Villa Nova, de Nova Lima. 

— Depois fui para Araxá, voltei para o Villa, em seguida fui para o Social e posteriormente para o Democrata de Sete Lagoas, até chegar ao Guarani — contou. 

Foi a atuação no Social, com Gian Rodrigues, no ano passado, que trouxe o jogador para Divinópolis.  

— Também não tenho família ou amigos aqui. Quando saímos, às vezes vamos lanchar no shopping. Não dá para fazer muita coisa nas folgas — disse Ricardo. 

O jogador também voltou para a terra natal apenas uma vez desde que veio para Divinópolis. 

— Jogamos contra o Ipatinga lá e fiquei em casa depois do jogo — contou. 

Ricardo só ficou de fora de um dos jogos do Guarani, contra o América de Teófilo Otoni, quando estava suspenso por três cartões amarelos. 

— Esperamos que na partida de sábado a torcida esteja junto com a gente novamente e que possamos fazer um belo jogo — disse. 

Comentários