Confuso, digo, Confúcio

Confúcio já dizia: “Antes de iniciares a tarefa de mudar o mundo, dá três voltas na tua própria casa”. E é a mais pura verdade. Esta frase foi dita pelo vereador Edson Sousa (MDB), na reunião ordinária de quinta-feira, 21. Nada mais oportuno para o momento, afinal, a maioria que está ali na Câmara não está verdadeiramente preocupada com Divinópolis, mas apenas com si próprio. Em outras palavras, o velho “legislar em causa própria”. Quem acompanha as reuniões realizadas no Poder Legislativo toda terça e quinta-feira, sabe que a política divinopolitana é “chover no molhado”. Carente de representatividade, os poucos que acompanham a política local se contentam com discursos bonitos, cheios de palavras difíceis, mas pouca resolutividade e representatividade.

Os assuntos são sempre os mesmos “ah, o Galileu”, “ah, as quatro Maria”, “ah, o buraco da rua tal”, “ah, mato no bairro tal”, isso quando os parlamentares não se digladiam entre si, com acusações que até Deus duvida. Um ego maior que outro. E, enquanto o show é realizado a cada terça e quinta-feira, Divinópolis se deteriora no tempo. Incapazes de se unirem em prol da cidade, os parlamentares simplesmente caminham sem eira nem beira. Alguns estão focados em simplesmente fazer oposição ao prefeito, Galileu Machado (MDB). Oposição esta que é bonita só em vídeos nas redes sociais, mas que não trazem resultado nenhum para o município. E oposição sem resolutividade de nada adianta, porque com oposição ou sem oposição, com CPI ou sem CPI, a verdade é que Galileu caminha para o fim de seu – desastroso – mandato.

Outros, por sua vez, estão focados demais em ser base do prefeito na Câmara. Base para quê? Base para quem? O que ganha um vereador para ser base? O que ganha um vereador para não ter autonomia em nome do povo que o elegeu? Neste cabo de guerra da política local, nesses milhares de conteúdos que são produzidos pelos vereadores, conteúdos vazios, na verdade, nesses discursos “bonitos” de oposição, outros “bonitos” de situação, a única que não é beneficiada é Divinópolis. Fiscalizar ninguém fiscaliza. O máximo que fazem é falar de mal do prefeito, de Romeu Zema, da Justiça. Mostrar um ponto abandonado da cidade aqui e ali – que todos já estão carecas de saber – e pronto, eles acham que cumprem seu papel.

A bem verdade é que na segunda semana de março o prazo para os municípios solicitarem emendas aos deputados federais terminou, e quem do Poder Legislativo teve coragem de arrancar daqui, para ir a Brasília pedir nem que fosse R$ 100 mil, para que o Município conseguisse executar alguma obra? No fundo, o que Confúcio queria dizer é: para de falar da grama do vizinho, olha para a sua e vai trabalhar. E o que Divinópolis mais precisa neste momento é de gente que trabalhe por ela, não de vídeos e discursos confusos e outros até bonitos. Afinal, como pequenas prefeituras da região têm sobrevivido à crise? Com vereadores e prefeitos gravando vídeos? Pois, enquanto os daqui estão preocupados com as redes sociais, outros pegaram estrada há 15 dias e garantiram os recursos de suas cidades.

Infelizmente, Divinópolis está mais para “confuso”, do que para “Confúcio”.

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