Confirmado 3º caso de febre maculosa

Gisele Souto

Com o terceiro caso de febre maculosa confirmado, Divinópolis possui juntamente com Itaúna, o maior número de registros e mortes em Minas Gerais. Porém, mais um caso ainda é investigado em Divinópolis. No Estado, são 15 registros, destes, sete pessoas conseguiram a cura e oito morreram. Os números são da Secretaria de Estado da Saúde (SES) por meio da Superintendência Regional de Saúde (SRS). Os dados foram fechados na última sexta-feira, 17. Ainda é investigada na cidade, a morte de um idoso de 63 anos no último dia 4. Ele deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento Padre Roberto (UPA 24H) e foi transferido para a Sala Vermelha do Complexo de Saúde São João de Deus, onde morreu. Amostras de sangue do paciente foram colhidas e enviadas pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) para análise na Fundação Ezequiel Dias, em Belo Horizonte.

Outros casos

Antes do idoso, uma jovem de 24 anos morreu no dia 1º de julho em decorrência da doença. Depois dela, outro idoso também teve o mesmo destino. Ele tinha 81 anos e deu entrada no Hospital Santa Mônica no dia 20 de julho, com febre alta e dores no corpo e morreu no dia 23. Em comum, os três estiveram no Parque da Ilha dias antes de terem os primeiros sintomas.

Interdição

Por causa das confirmações dos casos, a Prefeitura de Divinópolis interditou do Parque da Ilha no último dia 8. A Prefeitura informou que a medida é por período indeterminado e reforça as ações de saúde pública tomadas pelo Município no sentido de combater possíveis casos de febre maculosa. De acordo com a Semusa, os portões ficarão fechados até passar período de infestação, que vai até o final de outubro.

Ainda de acordo com o secretário de saúde, Amarildo Sousa, mesmo com a restrição de algumas áreas consideradas de risco, como a trilhas em meio à mata, pessoas teimam em circular nos locais mesmo sem permissão. Ele recomenda que o espaço seja evitado.

Técnicos de saúde e ambientalistas reforçaram o risco em relação aos vetores do transmissor da febre maculosa não se resume apenas ao Parque da Ilha. Animais como cachorro, cavalo, mico, e gato também são hospedeiros de carrapatos.

A doença

A febre maculosa é uma doença infecciosa presente no país já há muitos anos. O primeiro relato ocorreu em 1929, em São Paulo, e atualmente a doença é registrada nas regiões Sudeste e Sul do Brasil. Em Minas Gerais, a ocorrência é relatada desde a década de 1930, mas ainda hoje a doença causa dúvidas na população em geral.

Causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, é transmitida ao homem pela picada de carrapatos infectados, principalmente os popularmente conhecidos como carrapato-estrela. Embora casos da doença possam ocorrer durante todo o ano, é no período seco, especialmente entre os meses de junho e novembro, que eles ocorrem com maior frequência.

A coordenadora de Zoonoses e Vigilância de Fatores de Risco Biológicos da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), Mariana Gontijo de Brito, explica que a doença tem sido registrada não somente em áreas rurais, como também em regiões urbanas.

— Em Minas Gerais, a principal espécie de carrapato envolvida na transmissão da febre maculosa brasileira é o Amblyomma scultum. Eles podem ser encontrados em equídeos, roedores, capivaras, marsupiais, cães e outros animais — diz.

 

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