Condenado trio assassino de homossexual em Carmo do Cajuru

Gisele Souto

O salão do júri do fórum de Carmo do Cajuru ficou lotado durante todo o dia de segunda-feira, 14, para acompanhar o julgamento de um trio que matou um homossexual de forma covarde no dia 3 de novembro de 2015. Na época, a ocorrência da Polícia Militar (PM) dizia que o motivo do assassinato era tráfico de drogas, segundo informações colhidas no local. Porém, a irmã da vítima, Elaine Silva Silvério, revela que poucos dias depois investigações da Polícia Civil constataram que o crime foi passional.

Glaydson Silva Silvério, com 33 anos à época, foi assassinado a pauladas e golpes de facão e faca, conforme reportagem do Agora em 4 de novembro de 2015. É o que consta também no processo judicial.

O julgamento

O julgamento ocorreu nesta segunda-feira, 14, das 8h30 às 16h45 e, segundo Elaine, família, familiares e amigos encheram o salão, todos usando camisa com fotos de Glaydson. Ficaram do início ao fim. Ela diz que, assim como a família, achou as penas brandas. Mas ao menos foram condenados.

— Não tira em nada a dor pela perda do meu irmão, principalmente, pela forma como foi. Mas pelo menos houve a condenação — fala.

A pena

Romeu Herculano, 67, considerado o mentor do crime, foi condenado a 28 anos e oito meses de prisão. Já um rapaz chamado de David, 21, que possui um relacionamento amoroso com a sobrinha de Herculano, acusado de dar parte dos golpes na vítima, pegou 21 anos e 8 meses.

O terceiro envolvido, Lorivaldo Rodrigues de Oliveira, 19, na época menor, cumpriu 45 dias no Centro de Ressocialização, onde continuará até completar 21 anos. O crime foi qualificado pelo promotor do júri como fútil. Os três juntos pegaram mais de 50 anos de prisão.

O crime

O motivo do crime foi uma disputa amorosa. Na época, Herculano, então com 64 anos, iniciou relacionamento com Lorivaldo, então com 17. Porém, ele namorava Glaydson.

Herculano então teria ficado com ciúmes e, juntamente com Lorivaldo e David, arquitetaram a morte de Glaydson. Segundo consta no processo, Lorivaldo armou uma emboscada para Glaydson, atraindo-o para um local conhecido como “Laje do Cordeiro”, em Carmo do Cajuru.

Lá estavam os três e ele foi assassinado com ao menos 20 golpes de facão, faca e pauladas. Elaine revela que durante quase três anos a família sofreu muito à espera de justiça.

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