Condenado no caso Eliza Samudio, Macarrão está prestes a ser solto em Pará de Minas

Ricardo Welbert

Pode deixar a qualquer momento entre a madrugada e a manhã desta sexta-feira, 2, a penitenciária Pio Canedo, em Pará de Minas, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, de 32 anos, condenado pela morte da modelo Eliza Samudio.

O advogado de Macarrão, Wasley César de Vasconcelos, conseguiu junto no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) a progressão do cumprimento de pena do regime semiaberto para o aberto nesta quinta-feira, 1º. O documento foi emitido pelo juiz Antônio Fortes de Pádua Neto.

Ele considerou que Luiz Henrique Ferreira Romão já possuía requisitos necessários como cumprimento de tempo no semiaberto e bom comportamento. Poucas horas depois, por volta das 18h, foi expedido o alvará de soltura.

Sem lugar

Pará de Minas não tem albergue para sentenciados cumprirem os regimes aberto e semiaberto. Por isso o juiz determinou que Macarrão fique no regime domiciliar.

Nesse período ele só poderá sair de casa após as 6h e deverá voltar para a casa todos os dias até às 19h. Permanecer na residência durante o repouso e dias de folga, inclusive nos sábados, domingos, feriados e dias santos.

Macarrão ainda precisará comprovar em 30 dias exercício de trabalho lícito. Não fazer uso de bebida alcoólica, não portar armas e não frequentar locais de moral duvidosa.

Não poderá ainda se ausentar da comarca sem autorização judicial. Não mudar de residência sem comunicação prévia ao juiz. Comparecer mensalmente no fórum para justificar suas atividades.

Pronto

Para o advogado, o cliente está preparado para voltar à vida em sociedade.

— Ele completou tempo do livramento condicional e agora nem precisa dormir mais no presídio. Em relação ao processo, ele agora é um cidadão completamente pronto para se reintegrar à sociedade.    Ele reconhece o erro que cometeu, sabe que foi mal influenciado, mas está totalmente pronto, renovado e inspirado para recomeçar a vida — diz ele ao Agora.

Condenação

Em 23 de novembro de 2012 o amigo do goleiro Bruno Fernandes foi condenado a 15 anos em regime fechado por homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, a modelo Eliza Samudio – e mais três anos em regime aberto por sequestro e cárcere privado. Ele foi absolvido da acusação de ocultação de cadáver.

Macarrão está preso na Pio Canedo desde junho de 2016, quando conseguiu progressão para o regime semiaberto e passou a sair do presídio para trabalhar como zelador de uma igreja evangélica.

Ele estava na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, mas o complexo não aceitava o regime semiaberto. Por causa disso a defesa do preso pediu a transferência para a cidade do interior.

O advogado Wasley César de Vasconcelos disse à época ao portal "G1" que pediu a transferência à Justiça para que o cliente pudesse ficar mais perto de parentes que moram em Pará de Minas. Macarrão deixava a prisão durante o dia e retornava à noite.

Caso Eliza Samudio

Eliza desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi encontrado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.

Em março de 2013, Bruno foi considerado culpado pelo homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado da jovem. Ele foi sentenciado a 22 anos e três meses de prisão pela morte e ocultação do cadáver de Eliza, além do sequestro do filho da jovem.

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