Comitê de combate à dengue é formado

Matheus Augusto

Divinópolis continua tentando reverter o cenário crítico da dengue que se alastrou pela cidade. Após a abertura de um ambulatório na Policlínica, um Comitê Municipal Gestor de Políticas de Enfrentamento das Arboviroses - dengue, zika e chikungunya - foi instituído. Segundo o último boletim epidemiológico, divulgado ontem pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), a cidade já tem 1.614 casos (suspeitos e confirmados) de dengue.

Esse índice classifica Divinópolis com incidência muito alta, o maior de acordo com os parâmetros adotados pela SES-MG. Além disso, os números representam uma média de 12 notificações por dia.

A Regional de Saúde de Divinópolis irá falar sobre o assunto amanhã, 15, em entrevista coletiva.

Comitê

O decreto estabelece que cabe ao comitê “propor, articular, coordenar e avaliar ações destinadas ao controle do vetor, minimizar a incidência das doenças e seus efeitos e auxiliar na pesquisa relacionada às ações de vigilância, prevenção e atenção à saúde e controle da dengue, zika e chikungunya no município de Divinópolis”.

Dentre ações da organização está coordenar e elaborar diagnósticos dos órgãos envolvidos no combate às três doenças e promover o compartilhamento de informações entre os integrantes do grupo. Além disso, o comitê deverá buscar mecanismos para arrecadar recursos para a realização das atividades e propostas definidas.

Divinópolis

A situação da dengue na cidade ainda continua crítica. O último boletim da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), divulgado na última quarta-feira, 8, aponta Divinópolis com 1.539 notificações, sendo 498 já confirmados. O bairro Santo Antônio dos Campos lidera as confirmações, com 45 casos; Centro e Rancho Alegre estão logo atrás, com 35 cada.

Além das ações de vigilância e os mutirões da limpeza, a Semusa instalou um ambulatório na Policlínica. No local, pacientes considerados não graves recebem hidratação venosa e oral. Já os pacientes graves continuam sendo atendidos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto, que teve um aumento de 30% na busca por atendimento com o surto da doença.

Apesar da situação, no início do mês, o cenário apresentou uma melhora significativa. Enquanto entre os dias 23 e 29 de abril foram registrados 135 casos suspeitos da doença, entre 30 de abril e 6 de maio foram apenas cinco novas notificações. Durante os meses quentes e chuvosos, o aumento de suspeitas já é esperado; com o clima ficando mais ameno, a tendência é de queda nas estatísticas.

Em todo ano de 2018, foram registradas 159 suspeitas e 77 confirmações.

Outras cidades

Na macrorregião Oeste, dos 54 municípios, Divinópolis é o 26º com maior incidência e o 3º com maior número de casos. A situação mais crítica é em Arcos. A cidade, com quase 40 mil habitantes, já registrou 3.051 notificações de dengue. Carmo do Cajuru também tem incidência muito alta, o 24º da lista, tendo sido contabilizadas 156 ocorrências no município, que tem pouco mais de 22 mil moradores.

Nova Serrana já teve 1.783 notificações de dengue neste ano, o segundo maior na macrorregião Oeste. A cidade também está classificada com incidência muito alta.

Em Itapecerica a situação é avaliada como média pela SES-MG. O município registrou 58 notificações. São Sebastião do Oeste, cidade com quase sete mil habitantes, está classificada com incidência alta, com 22 casos.

Minas

Em Minas Gerais, já são 246.602 ocorrências de dengue, entre confirmações e suspeitas. O número de mortes chegou a 38. Em Divinópolis, dois idosos perderam a vida em decorrência da doença. Ambas as vítimas ainda não foram incluídas no relatório da SES-MG, pois as amostras ainda serão analisadas para a validação dos exames e confirmação da causa.

Das 38 mortes, dez foram em Betim, oito em Uberlândia, quatro em Belo Horizonte; Unaí e Contagem registraram duas mortes cada. Arcos, Curvelo, Frutal, Ibirité, João Monlevade, Lagoa da Prata, Martinho Campos, Paracatu, Passos, São Gonçalo do Pará, Uberaba e Vazante aparecem no boletim com uma morte cada.

O mês com maior gravidade em Minas foi abril, com 106.821 mil notificações de dengue.  

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