Comércio espera R$ 33 mi com liberação do FGTS

Jorge Guimarães

A Caixa Econômica Federal começou a pagar ontem as contas do Programa de Integração Social (PIS) para quem tem pelo menos 60 anos. O saque de até R$ 3 mil poderá ser feito nas lotéricas e nos terminais de autoatendimento, utilizando o cartão Cidadão. Acima de R$ 3 mil, somente nas agências da Caixa.

Já no próximo mês, a partir do dia 13, será a vez do Fundo de Garantia de Tempo Serviço (FGTS), quando a Caixa vai liberar R$ 500 para os nascidos em janeiro, fevereiro, março e abril. E quem está de olho nesta grana são os lojistas, que esperam incrementar as vendas até o fim do ano.     

— O mais provável é que muitos irão usar o dinheiro para quitar dívidas. Mas espero um aumento nas vendas, daqui para frente, em torno de 3%, até o fim do ano — disse o empresário do ramo de alimentação Paulo Roberto Silva. 

Divinópolis

Na cidade, o diretor de ações institucionais da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Divinópolis, Luiz Ângelo Gonçalves, com base nos valores nacionais, calcula que a liberação do saque do Fundo de Garantia de Tempo Serviço (FGTS) terá um impacto estimado de R$ 33 milhões.

— As famílias tendem a priorizar o pagamento de dívidas, o que gera um impacto positivo para o comércio no médio e longo prazo. Isso porque muitas famílias podem voltar ao mercado com o acerto de dívidas. A estimativa do impacto direto no comércio de Divinópolis é de R$ 8 milhões. Assim como observamos em 2017, em que o governo realizou uma ação semelhante, quando as famílias têm dinheiro no bolso, o impacto para o comércio é positivo — observa.

Brasil

O Governo Federal esperar liberar R$ 42 bilhões com os saques do FGTS e R$ 21 bilhões com o PIS-Pasep. Essa injeção de recursos vai ajudar a aquecer os setores do comércio e serviços que, juntos, representam mais de 73% do PIB do país, empregam 72 milhões de pessoas e movimentam cerca de R$ 4,1 trilhões por ano, de acordo com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

 Para o presidente da CNDL, José César da Costa, o acesso aos recursos do FGTS pode beneficiar o brasileiro que mais necessita.

— Os saques devem atender às necessidades de quem mais sofre neste momento, os cidadãos das classes C, D e E, que estão há muito tempo sem liquidez — avalia.

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