Com salários atrasados, médicos da UPA de Divinópolis ameaçam reduzir atendimentos

Ricardo Welbert

A novela da crise na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Divinópolis teve mais um capítulo nesta sexta-feira, 16, quando médicos ameaçaram limitar os atendimentos aos casos de urgência e emergência a partir de terça-feira, 20.

Em um ofício enviado ao gabinete do vice-prefeito Rinaldo Valério (PV), os profissionais lembram que conforme o pactuado em reunião e ratificado pelo corpo clínico, os médicos se sensibilizaram com as justificativas apresentadas pela Prefeitura e aceitaram o prazo pedido pelo governo para que houvesse os pagamentos.

— Infelizmente, foi nos informado que não há previsão de pagamento. Dessa forma, vimos por meio deste informar que, cumprindo o que foi deliberado com o corpo clínico, a partir das 6h do dia 20 de fevereiro de 2018 só serão atendidos na UPA Padre Roberto os casos classificados pelo protocolo de Manchester como vermelho e laranja (urgência e emergência). Lamentamos que a situação de desrespeito e a falta de cumprimento dos acordos estabelecidos tenha chegado a esse ponto. Retomaremos nossas atividades normais assim que for realizado todo o pagamento dos valores em atraso — diz o texto assinado por Marco Aurélio Lobão Mendes (diretor técnico), Rodolfo Monteiro Barbosa (diretor clínico) e Tarcísio Teixeira de Freitas Júnior (presidente da Comissão de Ética da UPA).

Outros lados

O superintendente da UPA, José Geraldo Pereira, acredita que essa pressão feita pelos médicos leve o governo a pagar na segunda-feira, 19, ao menos a metade do que deve. 

— Sei que existem esforços por parte do governo para que ao menos uma parte desse pagamento seja feita na próxima semana, sem prejudicar os atendimentos na UPA. Os médicos estão cientes de que os contratos deles estão vinculados à Santa Casa de Formiga [gestora da UPA], que só repassa o dinheiro a eles se o Município depositar.

Ainda segundo o superintendente, a Prefeitura já liberou o valor referente ao pagamento dos celetistas.

— Mas não adianta fazer só uma parte. É preciso ter um planejamento para que todos os pagamentos ocorram em dia ao longo de todo o ano, porque não podemos trabalhar com notificações de risco de redução no atendimento a cada mês — finaliza.

A Prefeitura ainda não se posicionou sobre a nova ameaça de redução nos atendimentos da UPA e o atraso nos pagamentos dos médicos. 

 

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