Coluna Bob Clementino (25/09/2019)

Maria José do Sindicato

Na tentativa de renovar a Câmara Municipal de Divinópolis, um grupo está tentando sensibilizar eleitores qualificados, profissional e culturalmente, para se candidatarem a vereador em 2020. Dentro desse perfil, uma das pessoas contatadas é a competente Maria José Teodoro, conhecida como Maria José do Sindicato dos Metalúrgicos. Maria trabalhou por mais de 30 anos na secretaria do Sindicato, orientando os metalúrgicos sobre seus direitos sociais e fazendo as homologações das demissões dos trabalhadores. Se aceitar este desafio, certamente terá uma boa chance de se tornar “vereatriz”, já que acumulou muitas amizades e respeito dos metalúrgicos nesse longo período em que trabalhou no sindicato.

Para onde vão os 25%

O vereador Matheus Costa (CDN) propôs que a Câmara de Divinópolis reduzisse em 25% suas despesas. Com orçamento de aproximadamente R$ 20 milhões ao ano, a Câmara paga a cada vereador o subsídio de R$ 11.572,41 ao mês, brutos. A ideia do edil é propor também a redução salarial, na mesma proporção, dos assessores parlamentares. Cada gabinete tem direito a quatro, ao custo de R$ 14,8 milhões aos cofres públicos em quatro anos de mandato, sem computar os valores referentes a férias, 13º salário e encargos trabalhistas. A proposta quer ainda incluir a dispensa de um assessor. Pressionado por alguns de seus pares, Matheus Costa aceitou o desafio e, coerente à sua proposta de cortes, exonerou um assessor e vai devolver todo o valor gasto com as despesas de gabinete entre janeiro e julho deste ano. Para provar sua intenção e convicção, Matheus decidiu abrir mão de 25% do salário desde logo e doará para duas entidades filantrópicas, a Associação e Projeto Esportivo, ambas do bairro Ipiranga.

Aguardemos!

Direito a "desvotar" no candidato já eleito

O voto no Brasil é obrigatório. Porém, após eleito, o candidato somente pode ser cassado pelos seus pares. Deste modo, o eleitor passa a ter a sua participação política praticamente anulada. Mas há uma proposta para “Aperfeiçoar o Sistema da Urna Eletrônica”, de modo a emitir um comprovante que possa ser usado no futuro pelo eleitor, permitindo que ele retire (ou até confirme) o seu voto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), criando, assim, uma alternativa de via rápida ao impeachment. Se esta proposta for aprovada, muitos senadores, deputados e vereadores não terminarão seus mandatos.

A ver navios

A roda da história girou e agora o prefeito Galileu Machado (MDB) tem R$ 62 milhões para transformar a cidade, por meio de obras necessárias. R$ 40 milhões virão de um empréstimo que a Casa Legislativa autorizou o alcaide a contrair, e os R$ 22 milhões restantes serão do PAC I, para aplicação em obras nos bairros São Simão, Grajaú, Terra Azul e Costa Azul. Quem ficou mal nesta história foram os vereadores contrários a esse empréstimo, que vai permitir pavimentação, recomposição de pavimentos, calçamentos, drenagem pluvial, recuperação e canalização de córregos, recuperação de estruturas em pontes e viadutos e a construção da ponte ligando os bairros Maria Peçanha e Realengo, além da conclusão do primeiro pavimento da segunda etapa da sede administrativa do Município. Assim que as obras iniciarem, os oposicionistas ficarão “a ver navios”.

Quem protege Nova Serrana?

Em 2010, entraram em vigor as medidas protecionistas para salvaguardar da concorrência desleal dos calçados chineses o polo calçadista de Nova Serrana. A medida prevê que cada par de calçados importado da China seja tarifado em US$ 13,85. Além disso, ainda é cobrado o imposto de importação de 35% do valor unitário do produto. Ou seja, um tênis, por exemplo, que custaria US$ 10 sairá por US$ 26 com os impostos. A medida inviabiliza essa importação em massa de calçados do país asiático. Parabéns a quem teve a iniciativa dessa proteção para o setor calçadista de Nova Serrana! Pena que para o setor do vestuário de Divinópolis não apareceram deputados e senadores a pressionar o governo federal para proteger também nossa frágil indústria da confecção de produtos chineses, coreanos e vietnamitas, entre outros concorrentes.

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