Coluna Adriana Ferreira 01/07/2021

Adriana Ferreira

E...

Após trazer na coluna as questões relacionadas ao padre Chrystian Shankar e ao professor Juvenal Bernardes, esta colunista foi questionada em dois pontos que merecem ser discutidos. O primeiro é quando a criança, o adolescente não tem família, como fica? Sempre no falível sentir desta colunista, não somente quando não tem família, mas também quando é o convívio familiar coloca o menor em situação de risco, aí, sim, entra o Estado, mas não o Estado opressor que transformará aquela criança, aquele jovem em instrumento de doutrinação. A legislação brasileira é clara no sentido de que a criança será colocada em família substituta ou abrigos e, caso a família ou familiares biológicos não tenham condições de mantê-la, haverá a perda do pátrio poder e será colocado para adoção. 

Resumindo

O Estado Democrático Brasileiro não permite que crianças que estão em abrigos sejam utilizadas pelo Estado como ocorre em alguns países que possuem até força militar formada por crianças. O Estado busca inserir aquela criança em algum núcleo familiar, desde que preenchidos os requisitos legais. 

Segunda pergunta

E em se tratando de crianças e adolescentes trans, como deve proceder a escola? Caso tenha alunos trans, primeiro não deve exibi-los para dizer que respeita a diversidade. São crianças e adolescentes, e não acessórios! Esta colunista frequentou escola na zona rural – São José dos Rosas, município de Santo Antônio do Monte/MG – e saneamento básico na roça não existia. Nas residências havia uma latrina (casinha no terreiro com uma fossa). Pois bem, na escola havia duas latrinas (a casinha dos homens e a casinha das mulheres), distantes uma da outra e atrás da escola, na subida de um morro. Esta colunista nunca chegou nem perto. Os professores, esta colunista os considerava divindades e nunca pensou se usavam banheiro. Essa mesma escola hoje possui no prédio banheiros masculinos e femininos e cada um com divisórias e espaço para um bate-papo dentro do banheiro. E, com o reconhecimento do direito de inclusão social das pessoas com deficiência, criou-se a necessidade de banheiros adaptados. E mais: se antes a higienização consistia em jogar um balde de água com creolina, a mudança cobrou assepsia diária e com produtos próprios para limpeza de banheiro e higienização diária.

E...

Pode-se considerar como evolução mudar de latrina para banheiro com divisórias e adaptados para pessoas com deficiência. Vê-se que o Estado teve que oferecer mais que duas latrinas no pé do morro. Se hoje há várias nomenclaturas para a sexualidade, o Estado precisa novamente repensar os banheiros das escolas. Embora haja várias denominações, ter banheiros para homens, mulheres, homem trans e lésbicas, mulher trans e travestis é medida que se impõe. Ah, isso vale para as celas nos presídios também.

Caso concreto

No Reino Unido ocorreu o seguinte: Stephen Wood, acusado por vários estupros e outros crimes sexuais, foi preso preventivamente. Na prisão, se declarou mulher trans, seu nome era Karen White e, por isso, ganhou o direito de ser transferida para uma ala feminina onde cumpriria o restante da pena – uma vez que, no Reino Unido, autoridades prisionais adotam diretrizes recomendando que, em geral, o local de reclusão deve corresponder ao gênero que os detentos expressam. Na prisão assediou sexualmente suas colegas de cela. O caso fez ressurgir o debate sobre encarcerar mulheres trans com antecedentes de crimes sexuais praticados quando se identificavam com o sexo biológico.

Olimpíadas

Surgiram na Grécia e somente homens participavam. Às mulheres não era sequer permitido assistir. Só se tem registrado uma única mulher assistindo: Kallipatiura, mãe de Psirodos, que foi campeão do pugilato. Ela invadiu a arena e o abraçou. Só não foi morta porque, além do filho, havia um irmão e o marido concorrendo, e todos eram vencedores olímpicos. Nas Olimpíadas modernas, em 1896, participaram como espectadoras e somente em 1900, em Paris, foram admitidas, porém, com participação extraoficial, mas não ganhavam medalhas ou coroa de oliveiras. Em 1960 surgiram os jogos Paraolímpicos. Está na hora de o Comitê Olímpico Internacional (COI) começar a pensar nas Olímpiadas Trans. 

Vacinação

Esta colunista tomou a primeira dose da vacina Coronavac. Se for para virar jacaré, que seja Lacoste, porque “nóis é jeca, mais nóis é chique, uai”!

 

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