Coletivo de Mulheres Negras será criado durante encontro

Hoje também é dia de se comemorar o Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha

 

 

Jorge Guimarães

O Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha é comemorado hoje, 25 de julho. Em Divinópolis, a data será lembrada por iniciativa da militante Maria Catarina Laborê.

– Há mais de 15 anos, estou cada vez mais trabalhando pelo fortalecimento feminista negro em nossa cidade e região. E hoje estarei realizando um momento de muita reflexão e discussão com mulheres negras, de todas as classes sociais, para que possamos criar o Coletivo de Mulheres Negras na cidade. Por isso, convido a todos para estamos juntos hoje no horário entre 18 e 22h, na Escola Estadual Joaquim Nabuco, para debatermos e honrarmos este dia tão significante – convida Maria Catarina.

Representante

Catarina é a representante de Divinópolis a nível nacional sobre as questões negras.

– Neste mês de julho, todo o país está realizando as Conferências Regionais da Promoção e Igualdade Racial. Infelizmente, não foi possível realizar em nossa região, mas estarei em Sete Lagoas nos dias 26 e 27 de julho, representando nossa cidade, contribuindo nos debates e organização na Conferência de lá. E em agosto, serão realizadas as Conferências estaduais, com a presença dos delegados (as) eleitos (as) nas fases regionais – comenta.

O Dia

O Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha foi criado em 25 de julho de 1992, durante o I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, em Santo Domingos, República Dominicana. Estipulou-se que este dia seria o marco internacional da luta e da resistência da mulher negra. Desde então, conforme explica Maria Catarina, “sociedade civil e governo têm atuado para consolidar e dar visibilidade a esta data, tendo em conta a condição de opressão de gênero e racial/étnica em que vivem estas mulheres, explícita em muitas situações cotidianas”.

Objetivo

O objetivo da comemoração de 25 de julho é ampliar e fortalecer as organizações de mulheres negras do estado, construir estratégias para a inserção de temáticas voltadas para o enfrentamento ao racismo, sexismo, discriminação, preconceito e demais desigualdades raciais e sociais.

– É um dia para ampliar parcerias, dar visibilidade à luta, às ações, promoção, valorização e debate sobre a identidade da mulher negra brasileira – ressalta a militante.

Tereza de Benguela

Tereza de Benguela é considerada uma grande guerreira mato-grossense e símbolo da resistência negra no Brasil colonial. Uma liderança quilombola que viveu no século XVIII, companheira de José Piolho, que chefiava o Quilombo do Quariterê, nos arredores de Vila Bela da Santíssima Trindade, Mato Grosso.

Quando José Piolho morreu, Tereza assumiu o comando daquela comunidade quilombola e liderou levantes de negros e índios em busca da liberdade revelando-se uma grande líder.

Apesar da pouca presença na história oficial do país, Tereza é comparada ao líder negro Zumbi dos Palmares, a “Rainha do Pantanal” do período colonial. Sobreviveu até 1770 e não se sabe ao certo como morreu, mas morreu lutando.

Neste dia, esta personagem também será lembrada, segundo Maria Catarina.

 

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