Clementino quer Divinópolis atrativa para empresários

Candidato a prefeito citou falta de investimentos para manter empresas na cidade

Matheus Augusto

Segundo colocado da disputa para prefeito de 2016, Marquinho Clementino (Republicanos) está de volta. Mais preparado, como ele mesmo define, espera atravessar as dificuldades financeiras dos próximos anos com a ajuda da população, por meio de diálogo e parceria. O candidato ainda reafirmou seu compromisso em criar um ambiente sustentável e atrativo para as empresas.

Educação

Para o ensino, sua principal meta é desenvolver a educação integral. Marquinho pretende elaborar um estudo para identificar, através da Secretaria de Desenvolvimento Social, o perfil socioeconômico das famílias para “dar condições de enquadrar a cidade nos programas do governo federal para atender crianças jovens e adultos”. 

— O carro-chefe do nosso projeto é a criação dos complexo municipais de ensino, que são as escolas de tempo integral, nas quatro regiões de maior vulnerabilidade social. Desta forma, já seria o início da formação desses jovens, essa virada que nós pretendemos dar no que diz respeito à formação de futuros profissionais na nossa cidade — disse.

Ele ainda destacou o formato como uma forma de engajamento “não apenas dentro da própria unidade, mas também com a comunidade como um todo”. 

— A gente já tem observado isso acontecer em algumas cidades no entorno de Divinópolis — citou.

Administração

Questionado sobre como implementar propostas diante de um cenário pós-pandemia, com dificuldades financeiras, ele diz pretende se adequar à realidade.

— Um plano de governo não se atém apenas a um ano. É uma proposta que se estende por quatro anos. No próximo ano, além desses problemas pertinentes à pandemia, nós ainda vamos trabalhar com o orçamento que foi votado neste ano para o próximo. Então a gente tem que fazer uma adequação — destaca.

No primeiro momento, explica, a ideia é fazer um ajuste do que já está previsto para ser colocado em prática e realizar uma auditoria em todas as secretarias.

— Nossa proposta é reduzir ao máximo o número de secretarias e reduzir o número de cargos comissionados pelo menos pela metade e trabalhar com o máximo de servidores de carreira — complementa.

Para superar as adversidades, o candidato do Republicanos ainda cita sua experiência como vereador, oportunidade em que foi membro da Comissão de Administração e presidente da Comissão de Justiça.

— (...) acompanhei a questão das votações da LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias], depois da LOA [Lei Orçamentária Anual] em cada ano, fazia um estudo muito apurado. Eu vi que nós não temos evoluído economicamente da forma que se deveria para atender melhor a população de Divinópolis — classifica.

Clementino ainda falou sobre a necessidade de citar premissas básicas.

— Eu gosto de dizer que a nossa casa, a empresa que temos, a Prefeitura, o sistema é o mesmo. Se você gasta mais do que arrecada, infelizmente você não vai conseguir levar adiante. A Prefeitura é a maior empresa do Centro-Oeste mineiro. É a que mais emprega e é preciso de seriedade de gestão — defende.

Valorização

Na cultura, ele propõe o planejamento para receber turistas com a Cruz de Todos os Povos, retomar as olimpíadas estudantis, “evento que acontece em algumas cidades de portes menores do que a nossa”, e valorizar as obras culturais da cidade.

— Na questão cultural, a recuperação de alguns patrimônios públicos através de parcerias, das PPPs. A gente precisa criar um envolvimento da classe empresarial de forma mais efetiva na recuperação desses espaços. De certa forma, aliando todo esse conjunto, alavancar a economia pertinente ao turismo religioso, cultural — destacou.

Ele também classifica a cidade como jovem na área.

— Divinópolis, no que diz respeito à cultura, é preciso trabalhar um pouco mais. Mas iremos fazer isso através do teatro, ampliando o número de vagas na escola de música, vamos levar o aprendizado da música aos bairros mais periféricos e criar espaços que possam receber os professores para ensinarem as crianças — detalha. 

Do adeus ao 

seja bem-vindo

Divinópolis tem visto, nos últimos anos, uma situação agravada pela pandemia: a saída de empresas. O tema também está na pauta de Marquinho Clementino.

— A evasão de empresas de Divinópolis tem nome: falta de apoio, de incentivo, de uma ação mais efetiva do poder público — pontua.

Para ele, as cidades próximas estão se expandindo, ampliando seus parques industriais e criando centros de negócios. Marquinho tem uma proposta similar.

— Divinópolis precisa vir para o século XXI e se adequar. E uma das formas de fazê-lo é criar uma equipe de gestão ambiental para que possamos emitir, em DIvinópolis, licenciamento ambiental para empresas classe 3 e talvez até classe 4. Isso otimizaria muito a obtenção de licenciamentos para início das atividades. Isso nos ajudaria muito a manter as empresas que já estão aqui e trazer novas empresas — ressalta.

O candidato ainda cita a necessidade de reintegrar ao Município “todos os terrenos que foram doados (...) e não tiveram a objetividade para qual foram destinados”. Outra medida é a criação de incentivos para convencer os empresários a instalar sua empresa em Divinópolis.

— Não tem como fazer diferente — argumenta.

Água

Sobre a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), Clementino diz que, por ser aberto ao diálogo, sua primeira tentativa será conversar com a empresa para o cumprimento do contrato e a melhor prestação do serviço.

— É importante sentar com a empresa, (...) conversar, discutir o contrato, fazer propostas, propor parcerias. Eu acho que o que está acontecendo hoje é o seguinte: tem muita gente querendo se promover em cima do problema em vez de promover a solução — relata.

Ele, porém, não descarta medidas mais drásticas caso a insatisfação dos moradores permaneça.

— Se a empresa não está atendendo a população como se deve, ela tem que apresentar o porquê e, dentro da justificativa, como a Prefeitura pode ser parceira para resolver o problema — explica.

Clementino ainda acrescenta que é preciso seguir todos os procedimentos legais. 

— Você não simplesmente retira uma empresa e coloca outra. (...) A partir do momento que não houver mais diálogo, abre-se um processo licitatório para que outra empresa assuma o serviço, mas é importante que a população saiba que é preciso uma indenização pelo imobilizado que existe que é de propriedade da empresa — ressalta o prefeitável.

União

Uma das propostas contidas no plano de governo é o orçamento regional participativo. Segundo o candidato, o projeto tentou ser implantado no passado, “mas era vago” e não se concretizava.

— Com a escassez de recursos hoje, é importante que discutamos de maneira mais ampliada os problemas para ver quais seriam as soluções a serem dadas. Neste caso, o orçamento regional participativo seria feito com os bairros e ali, de forma bem democrática, discutiremos quais seriam as prioridades — disse.

Prioridade

Em suas caminhadas pelos bairros, a principal demanda ouvida por Clementino é a infraestrutura. Apesar de ver a necessidade de avaliar a criação de mais PSFs e a alocação de especialistas nas unidades de saúde, os investimentos solicitados pelos moradores também devem contribuir para a melhoria da qualidade de vida.

— Uma das principais demandas é realmente infraestrutura dos bairros. Nós voltamos no assunto do esgoto, pavimentação. (...) são ações que culminam no maior problema que em todas as pesquisas sempre aparece, que é a saúde: bairro onde o esgoto corre a céu aberto, você não tem pavimentação, então a poeira é intensa; no período de seca, poeira; na chuva, barro. É uma premissa básica para que tenhamos saúde — finalizou.

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