Cleitinho é esquerdista?

Bob Clementino 

Se não é, está no partido errado. Explico: Cleitinho foi eleito vereador pelo Partido Popular Socialista (PPS). Ora, esse é o antigo Partido Comunista do Brasil, que se tornou PPS para fugir do desgaste que a palavra “comunista” carrega. Depois, em 23 de março de 2019, o PPS passa a se chamar Cidadania. E foi pelo PPS que Cleitinho se elegeu deputado estadual. A pergunta que não quer calar é: afinal, Cleitinho escolheu o PPS, e agora o Cidadania, por razões ideológicas ou por oportunismo político de usar aleatoriamente qualquer sigla, somente para se candidatar? Espaço aberto para a resposta.

Oligarquia e coronelismo

O que é? 

Oligarquia é um regime político em que o poder é exercido por um pequeno grupo de pessoas, pertencentes ao mesmo partido, classe ou família. 

Coronelismo é um brasileirismo, usado para definir a complexa estrutura de poder que tem início no plano municipal, exercido com hipertrofia privada – a figura do coronel – sobre o poder público do Estado, tendo como caracteres secundários o mandonismo, o filhotismo (ou apadrinhamento), a fraude eleitoral e a desorganização dos serviços públicos. 

Coronelismo 

Apesar de alguns candidatos a prefeitos de Divinópolis, inadvertidamente,  chamarem a prática de antigos políticos de “coronelismo”, ela nunca foi uma realidade aqui. Pelo menos na sua amplitude não! Praticaram os que deixaram o poder e os que estão no poder ainda  praticam o filhotismo (ou apadrinhamento) e a desorganização dos serviços públicos. Nenhum deputado ou prefeito privatizou seu poder ou usou a estratégia do “mandonismo”. Até porque a oposição na Câmara Municipal, o Ministério Público e as sociedades civis organizadas nunca permitiram este desvio político.

Oligarquia

Este regime político em que o poder é exercido por um pequeno grupo de  pessoas, pertencentes ao mesmo partido, classe ou família, sim, pode estar sendo gestado nesta campanha de 2020. Exatamente o pequeno grupo que em seu discurso critica o poder concentrado nas mãos de um partido ou de uma família está também tentando criar sua “oligarquia”, colocando irmãos no poder. Adivinhem de quem estou a falar! 

José Venâncio e o preço do arroz 

Quando o presidente Bolsonaro gritava aos quatro ventos que a produção não podia parar por causa da pandemia e que era necessária uma abertura lenta e gradual do comércio  e indústria, opositores e Supremo Tribunal Federal (STF) diziam não. 

Ora, estava claro que isolamento horizontal iria ao fim desabastecer o mercado. Nenhum país do mundo resiste a muito tempo de inatividade econômica. No Brasil é ainda pior, onde 60% das famílias não têm reservas para emergências. Para o articulista político José Venâncio Amaral, “o preço do fique em casa se enxerga no preço do arroz”. 

Maioria silenciosa 

Sun Tzu, no livro “A arte da Guerra”, escreveu: “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas”. Por isso, alerto aos candidatos a prefeito de Divinópolis que procurem conhecer o que é “maioria silenciosa” em uma eleição.

Quem são?

Maioria silenciosa são grupos de pessoas acomodadas politicamente, que não se envolvem ou expressam publicamente suas opiniões e sentimentos em relação à política. Mesmo não se mostrando para a sociedade, a maioria silenciosa tem um grande poder nas decisões políticas de um país, visto que em um processo de eleição é a maioria que determina a escolha do representante.

Como detectá-la?

Uma forma de compreender as motivações e o sentimento da maioria silenciosa é por meio de pesquisa quantitativa e qualitativa. Saber o tamanho e o que pensam os eleitores que compõem a “maioria silenciosa” em uma campanha eleitoral é importante,  para não encontrar surpresas desagradáveis, como uma derrota não prevista.

Onde ela está!

Em várias eleições de Divinópolis, o fenômeno da “maioria silenciosa” se evidenciou   na eleição do prefeito Galileu Machado. Como já escrevi aqui, o alcaide, de 1996 até 2016, sempre obteve 35 mil votos ou mais. Como agem seus eleitores? Não o defendem em público, não confessam seu voto. Vingam, deixando para ele o voto nas urnas. 

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