Cinema Falado destaca filme "Jogador N°1"

Lançamentos da semana

*JOGADOR Nº 1(READY PLAYER ONE). EUA. 2018. DIR: STEVEN SPIELBERG. ELENCO: TYE SHERIDAN, OLIVIA COOKE, BEM MENDELSOHN. AVENTURA. 140 MIN.

Steven Spielberg no seu melhor figurino para divertir o público, principalmente o atual que é vidrado em vídeo-game, mas também a turma da década de 80 que viajou nos Ataris da vida. Sua aventura se passa no ano de 2045 e o planeta Terra não está nada bom, onde o lixo se acumula nas ruas e a pobreza é endêmica, restando como válvula de escape a realidade virtual, um espaço no universo paralelo chamado “Oasis”,  jogo inventado por um maluco chamado James Halliday(Mark Rylance). Ele nos faz lembrar Steve Jobs e sua grande sacada é deixar para o seu herdeiro, antes que ele morresse, o desafio de encontrar um “easter egg” (ovo da Páscoa) depois de cumprirem três provas de um jogo, com o sortudo ficando com sua fortuna avaliada em meio trilhão de dólares. O game é cheio de referências aos anos 80, como o filme “O Iluminado” de Stanley Kubrick, e as músicas que acompanharam nossa tormentosa passagem pela década perdida no Brasil, mas acompanhamos a história de um rapaz órfão chamado Wade (Sheridan) sair na frente dos outros, com o nome de Parzival que se junta a um grupo coeso para, concorrendo contra adversários mais poderosos,conseguir seu intento. Mas a mensagem final fica para que nos olhemos mais e trabalhemos juntos, ao invés de nos escondermos atrás das telas. Diversão garantida para todos.

*LOLA PATER (LOLA PATER). FRANÇA. 2017. DIR: NADIR MOKNÈCHE. ELENCO: FANNY ARDANT, TEWFIK JALLAB, NADIA KACI. DRAMA. 95 MIN.

A atriz francesa Fanny Ardant foi a musa e mulher do cineasta François Truffaut participando da história cinematográfica mundial, e agora está aqui do alto de seus 69 anos, ainda linda e ótima profissional, aceitando fazer um papel bem difícil, ou seja, fazer um transexual árabe. Acompanhamos a história do filho Zino (Jallab) que resolve procurar o pai depois de perder a mãe, e logo descobre que ele agora vive no corpo de uma mulher de nome Lola (Ardant), muito bem resolvida e professora de dança do ventre. Após o choque eles terão um tempo de negação e depois de aceitação, seguindo aquela trajetória que todos esperamos, e aqui tiramos o chapéu para Fanny que não transforma seu personagem em uma caricatura, mas o filme nos chama para refletir sobre os novos tempos e os desafios que somos chamados a assumir, principalmente em se pensando que o diretor poderia ter escolhido um ator que realmente fosse transexual.

Documentário

*LUMIÈRE! A AVENTURA COMEÇA (LUMIÈRE). FRANÇA. 2016. DIR: THIERRY FRÉMAUX. ELENCO: THIERRY FRÉMAUX, MARTIN SCORSESE. 90 MIN.

O cinema aparece aqui nos seus primórdios pelas lentes dos irmãos Auguste e Louis Lumière, mais precisamente 108 filmes de 50 segundos que se sucedem na tela trazendo um pouco da história da sétima arte. Com imagens restauradas o diretor Thierry Frémaux nos leva toda a história aliada a uma análise crítica onde aprendemos sobre a importância de cada fotograma que chega à tela e assim vemos praticamente a primeira imagem vista no cinema, a saída de trabalhadores de uma fábrica, além da famosa passagem da chegada do trem na estação, onde o público se assustou e ameaçou correr, tal a visão do inusitado. E pensar que os irmãos chegaram a dizer que o cinema não tinha futuro, era apenas um passatempo efêmero, errando completamente na previsão. Por isso vale a pena assistir a essas imagens originais que encantaram os franceses entre o fim dos anos 90 do século dezenove até 1905.

Música da semana

Enquanto escrevia essa coluna deixei tocando o novo álbum de Ed Motta, “Criterion of the Senses”, todo gravado em inglês. Música da semana: Shoulder Pads.

Otávio Paiva
www.deltadvdvideo.com.br

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