Cidade mais brasileira do mundo

Cidade mais brasileira do mundo

Divinópolis comemora hoje 109 anos, uma cidade bem receptiva, que teve entre seus primeiros habitantes um certo Candidés, um paulista de nome Manuel, fugido da “Guerra dos Emboabas” com pele branca e “cândida”, confundido na história com algum índio, por habitar as matas, e seu apelido, Candidés, vem justamente pela tonalidade de sua pele.

Desde os princípios, com sua natureza acolhedora para com os “forasteiros”, transformou o Arraial do Itapecerica (do Tamanduá ou do Divino Espírito Santo, que virou Vila Henrique Galvão, cidade de mesmo nome e, por fim, Divinópolis) em um destino certo de parada e estabelecimento permanente de várias culturas, origens e povos deste nosso Brasil todo que se encontram aqui, se misturam aqui e fazem dessa cidade uma brasileira nata, que recebe bem quem chega em seu aeroporto, rodoviária ou estradas, desde que tenha boa intenção para com seu povo.

O pluralismo de nossa cidade não se reflete só nas pessoas. Sua história econômica, forte na ferrovia, metalurgia e depois na confecção, mostra que aqui se consegue empreender. Na educação não é diferente: desde colégio militar e cursos preparatórios a escolas particulares e públicas, com sua origem na Escola Normal Mário Casassanta, ali no prédio mais antigo da cidade, resistente ao abandono e lutando contra o esquecimento. O sobrado, erguido em 1830 pelo capitão Domingos, que abrigou o Museu Histórico por mais de 30 anos, deu origem a muitas das principais escolas da cidade ‒ só para citar, Instituto Nossa Senhora do Sagrado Coração, Dona Antônia Valadares, Monsenhor Domingos, entre outros. Ainda na educação, o ensino superior mais completo que uma cidade pode ter com universidades e faculdades públicas como a UFSJ, Uemg e Cefet; particulares como Unifenas, UNA e Pitágoras, entre outras; além de mais de uma dezena de polos de ensino superior a distância. 

Cidade celeiro de produção artística e cultural das mais diversas vertentes, confirma sua representatividade plural em mulheres como Adélia Prado, Marília de Dirceu, Tia Elza, Cidah Viana e Celeste Brandão, e homens como Geraldo Teles de Oliveira (GTO), Túlio Mourão, Pascoalino, Petrônio Bax, Gê Lara, Sávio Fernatti, Lindolfo Fagundes, professor José Lara entre outros inúmeros nomes que, com sua obra, de alguma forma, levaram ou ainda levam o nome de Divinópolis além das fronteiras.

Enfim, essa “montoeira” de coisas, de gente, atividades e culturas transforma Divinópolis na cidade mais brasileira do mundo, uma cidade com costumes de interior, potencial de metrópole e pluralismo de capital que completa hoje 109 anos ainda se reinventando, se descobrindo e acreditando em um futuro melhor. Parabéns, Divinópolis, obrigado por me acolher 15 anos atrás. 

História de Divinópolis no século XXI (parte 1)

Hoje, no aniversário da cidade, continuo a contar um pouco sobre a história de nosso município, com uma linha do tempo que inclui datas da primeira parte do século XXI:
2002 - Em junho, foi inaugurado o Hospital do Câncer, em parceria com a comunidade, a Associação de Combate ao Câncer do Centro-Oeste de Minas (Acccom) e a Fundação Geraldo Corrêa, localizado na rua Vinte e Três de Novembro, 776 - bairro São João de Deus.

2003 - Inaugurada a sede própria do Hemominas, localizada na rua José Gabriel Medef, 221 - bairro Padre Libério.

 2004 - A unidade de Corpo de Bombeiros de Divinópolis é elevada a batalhão, tornando-se o 10º Batalhão de Bombeiro Militar, localizado na avenida JK, 2122 - bairro Bom Pastor. 

2007 - No dia 29 de junho, foi inaugurado o Teatro Municipal Usina Gravatá, localizado na rua Vereador Dr. Waldemar Rausch s/n - bairro Santa Clara.

2008 - Inauguração das dependências da Universidade Federal de São João del-Rei, campus Dona Lindu, em Divinópolis.

 2010 - São inauguradas as novas instalações do Cefet no dia 1º de julho.

 2012 - Centenário da cidade de Divinópolis.

Foi inaugurado, no dia 1º de junho, o novo terminal de passageiros do aeroporto Brigadeiro Cabral. No dia 5 de julho, foram inauguradas as instalações da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto, no bairro Ponte Funda.

 

Continua na próxima edição outros fatos do século XXI

 

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Welber Tonhá e Silva 

Historiador, escritor, pesquisador, fotógrafo e fazedor cultural.

Instagram: @welbertonha

 

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