Chamando a responsabilidade

Na entrevista de terça-feira na Toca da Raposa 2, o lateral esquerdo Egídio falou tudo que a torcida celeste esperava de um jogador que veste a camisa do clube estrelado e honra as suas cores. E não tem nada demais em ele garantir que com o elenco atual a Raposa não cairá, porque esta é a grande verdade: se os caras fizerem apenas para o gasto, livram o Cruzeiro de um desastre maior.

A fala do lateral:

— Nós já nos comprometemos ali, nós fechamos sobre isso. De tantas glórias e conquistas que tivemos no Cruzeiro, nós não vamos deixar, de jeito nenhum, isso acontecer. O Cruzeiro nunca caiu, e não vai ser com a gente que vai cair. Tenho certeza disso. Não vamos deixar essa imagem do Cruzeiro, que resplandece, se apagar na Série A — garantiu o lateral.

Repercussão

Só não entendi a repercussão negativa que esta fala teve entre alguns comentaristas esportivos, que se dizem entendidos de futebol e que garantiram estar Egídio jogando ainda mais pressão sobre o time. Ora bolas, que pressão é esta, Mané? Só de vestir a camisa azul estrelada o jogador já sabe que estará sob pressão, pela grandeza e história do clube, e não seria apenas uma fala que aumentaria o peso que hoje os atletas têm sobre suas costas.

Foram eles que se colocaram nesta situação, e são eles que devem sair dela. Simples assim!!!

E tem mais

O risco de rebaixamento é real e ninguém seria besta o bastante para dizer o contrário, mas, pelo elenco e pelos adversários com os quais briga para não cair, não é nenhuma loucura um atleta falar as palavras que Egídio proferiu. Ele e seus companheiros, mais que qualquer outro mortal, sabem bem o tamanho da responsabilidade que pesa sobre suas costas, e loucura seria se não tivessem confiança em si mesmos. Aí, sim, seria o caos.

Seleção feminina no caminho certo

A técnica sueca Pia Sundhage, multicampeã com a seleção americana de futebol feminino, finalmente vai mostrando a sua cara à frente do time canarinho do Brasil. Contratada para dar novo rumo à equipe brasileira, ela mostra na prática e com resultados para o que veio. O placar dos amistosos frente a Inglaterra e a Polônia esta semana mostram o acerto de sua contratação pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Bom futebol

Os triunfos de 2 a 1 sobre as inglesas e 3 a 1 sobre a Polônia, este na última terça-feira, nem foram o fato mais importante a ser enaltecido em seu trabalho. O bom futebol do time, com destaque para outras jogadoras e tirando a responsabilidade que pesava sobre Marta, são mais importantes ainda.

Rodízio

Ela devia ser de exemplo até para o tal de Tite, mostrando ao técnico gaúcho como valorizar os atletas convocados. Nos dois jogos na Europa, Pia colocou em campo quase todas as jogadoras, ficando sem jogar apenas a goleira Letícia e a meio-campista Yaya, das 23 que viajaram para o velho continente.

Oportunidade

E tem mais um detalhe que deve ser enaltecido no trabalho da sueca. Com seu modo de enxergar o futebol, ela fez com que novas jogadoras, que atuam no Brasil, possam sonhar em um dia vestir a ‘amarelinha’. A treinadora garante que as avaliações continuarão ainda por um bom tempo, e o time do Brasil deve ir ainda mais fortalecido para as olimpíadas do ano que vem, no Japão, e para a Copa do Mundo de 2023.

 

Batendo Bola - José Carlos de Oliveira

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