Centro-Oeste de MG tem quatro casos suspeitos de febre amarela

Ana Laura Corrêa

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) divulgou na última quarta-feira, 17, mais um boletim epidemiológico sobre a febre amarela em Minas Gerais.

O documento deixa a região Centro-Oeste em alerta. De acordo com as novas informações, há dois casos da doença sob investigação em Itaúna, cidade que fica a cerca de 40 quilômetros de Divinópolis e um em Carmo da Mata, distante aproximadamente 50 quilômetros. Além destes, há um caso suspeito em Itatiaiuçu, que está a 71 quilômetros.

No início de janeiro, foi confirmada a morte de um homem de 39 anos por conta da doença em Carmo da Mata. Ele morava na área urbana da cidade e possuía um sítio na zona rural.

Minas Gerais

Segundo o penúltimo boletim divulgado pela SES, liberado em 10 de janeiro, havia 7 casos confirmados de febre amarela no estado e outros 10 em investigação. 

Já os números atualizados em 17 de janeiro apontaram um aumento tanto nos casos confirmados, que subiram para 22, quanto nos casos sob investigação, que agora são 46. 33 pessoas já morreram no Estado entre julho do ano passado e janeiro deste ano.

— O que acontece é que as pessoas pararam de se vacinar. Há municípios fazendo campanhas, com os postos de saúde abertos aos sábados e também nos feriados para atender à população — ressaltou a coordenadora de vigilância epidemiológica da Superintendência Regional de Saúde (SRS) Débora Patrícia Yunes.

— Em algumas cidades, inclusive, enviamos a orientação para que seja feita a vacinação de casa em casa, prioritariamente na zona rural, porque o vírus é silvestre — explicou Débora.

Mariana

O município de Mariana, localizado na Região Metropolitana de Belo Horizonte, é o que tem o maior número de casos sob investigação. Há nove ocorrências suspeitas na cidade.

Para a bióloga da Fiocruz Márcia Chame, o surto de febre amarela no país pode ter relação com a tragédia de Mariana, ocorrida em novembro de 2015.

De acordo com a profissional, o rompimento da barragem provocou mudanças bruscas no ambiente, afetando a saúde dos animais e tornando-os mais suscetíveis a doenças.

Imunização

De acordo com a SES, a vacinação é a medida mais importante para a prevenção e controle da febre amarela. As vacinas contra a doença são disponibilizadas gratuitamente em todas as unidades de saúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Quem tem entre 9 e 59 anos precisa se vacinar. Gestantes e idosos, por sua vez, devem ser avaliados por um profissional de saúde.

Em Divinópolis, segundo o último boletim, a cobertura vacinal acumulada entre os anos de 2007 e 2017 é de 85,09%. A taxa ainda está abaixo da meta de 95% estipulada pela SES.

 

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