Cemig desenvolve programa “Proximidade” em Divinópolis

Encontro com comunidades das represas de Cajuru e Gafanhoto será na Amvi

 

Flávio Flora

Levar conhecimento técnico e promover o desenvolvimento social das comunidades próximas às usinas sob sua concessão são os principais objetivos do programa “Proximidade”, desenvolvido pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Em Divinópolis, na próxima quinta-feira 22, ocorre um encontro na sede da Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Itapecerica (Amvi), a partir das 8h30.  Nesse evento, segundo boletim da companhia, são esperados membros das comunidades vizinhasdas represas de Gafanhoto e Cajuru, que banham os municípios de Cajuru, Divinópolis e Cláudio.  

No evento, especialistas farão palestras objetivas para esclarecer “aspectos operativos de reservatórios, (...) preparação inicial do Plano de Ação de Emergências (PAE)”, além da divulgação das ações ambientais da Cemig realizadas nos reservatórios. Outros assuntos como segurança de barragens econvivência segura com o sistema elétrico, também estão entre os temas a serem abordados. 

 Conhecendo asusinas

Para o gerente de Planejamento Energético da Cemig, Marcelo de Deus Melo, o programa leva à população informações sobre a operação das usinas e as modificações que elas promovem na região instalada, afetando favoravelmente as comunidades ribeirinhas.  

— As usinas regularizam as vazões do rio abaixo da barragem, disponibilizando água nos períodos secos e amenizando as consequências das cheias na época das chuvas. A operação dos reservatórios sempre leva em consideração os múltiplos usos — afirma Marcelo de Deus. 

 Segundo a Superintendência de Comunicação Empresarial da Cemig, o programa “Proximidade” resulta de ação conjunta entre as áreas de planejamento, engenharia, sustentabilidade, meio ambiente e comunicação com o objetivo institucional de “assegurar maior confiabilidade à prática da operação dos reservatórios e, assim, orientar de maneira mais precisa as comunidades do entorno”. 

 Um pouco de história

A pequena Usina Hidrelétrica do Gafanhoto está localizada no curso do rio Pará, 24 km abaixo (jusante) da barragem da Usina Hidrelétrica de Cajuru, com capacidade instalada de 12,88 MW (megawatts). A casa de força e a subestação de energia elétrica funcionam com quatro unidades geradoras (Francis). O reservatório é de regularização semanal e inunda uma área de 152 hectares, sendo 51,83% do município de Carmo do Cajuru e 48,17% de Divinópolis. 

A história registra que foi o empresário Jovelino Rabello – durante um jantar comemorativo do seu amigo governador Benedito Valadares, em Pará de Minas (1939), em que houve um longo apagão – quem sugeriu a construção da usina aproveitando o vertedouro da cachoeira do Gafanhoto, com mais de 50 metros de altura. Surgiu lá, naquele jantar à luz de velas e lampiões, a usina-mãe do sistema em que se transformou a Cemig, ao início da década de 1950.  

A pequena Usina Hidrelétrica de Cajuru também localizada no rio Pará, entre os municípios de Carmo do Cajuru, Cláudio e Divinópolis, tem capacidade instalada de 7,20 MW (megawatts). Ela opera com uma turbina do tipo Kaplan Regulável (com engolimento de 45 m³/s e rotação de 257 rpm) sincronizada em um gerador Siemens (EUA). 

Essa hidrelétrica foi a primeira construída pela Cemige tem a finalidade de acumular água para funcionamento da Usina do Gafanhoto, situada quilômetros abaixo. Esse sistema incrementou o crescimento da “Cidade Industrial de Contagem”, de 1954, em diante, transformando a economia e a oferta de empregos na Capital.  

Reforço na Receita  

O município de Divinópolis (assim como o de Cajuru e de Cláudio) vai ter um reforço considerável nos repasses de ICMS relacionados à produção de energia elétrica, com a sanção da Lei Complementar 158/2017. 

Ato do presidente Michel Temer (PMDB) estabeleceu uma nova forma de repartição da arrecadação de ICMS para municípios que sediam usinas hidrelétricas. 

A nova lei complementar altera o cálculo do coeficiente de participação dos municípios na divisão do ICMS e fixa uma média nacional para o rateio do Valor Adicionado Fiscal (VAF) do ICMS da geração de energia entre os municípios que abrigam essas usinas. 

Divinópolis possui duas de tamanho pequeno (Usina do Gafanhoto e Usina do Cajuru,) e duas bem pequenas: São José, abaixo da represa de Cajuru, rio Pará) e a que funciona no Centro de Divinópolis (no desvio de água do rio Itapecerica). 

 

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