Casos dengue continuam crescendo

Matheus Augusto

Mais um boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) e mais um aumento. Neste ano, Divinópolis já registrou 3.238 notificações de dengue; desses, 1.022 já foram confirmados. Apenas 236 casos tiveram o diagnóstico da doença descartado. Outras 1.990 suspeitas continuam em análise. Com estes dados, a cidade tem uma média de 25 casos suspeitos e oito confirmados por dia.

Apesar de mais um aumento, o crescimento se desacelerou. O último boletim epidemiológico divulgado pela Semusa, ontem, a cidade tinha 3.013 notificações de dengue e 882 casos confirmados. Ou seja, em uma semana, surgiram novas 225 suspeitas e outros 200 casos confirmados. Em um período de 30 dias, os aumentos semanais eram de, aproximadamente de 500 novas notificações.

Em todo ano passado, foram registrados 159 notificações e 77 casos confirmados. Assim, em apenas cinco meses, as estatísticas, em relação ao ano anterior, apresentam um aumento de quase 20 vezes no número de suspeitas.

Ações

Desde o fim de janeiro, já percebendo o cenário preocupante da dengue em Divinópolis, a Semusa passou a adotar e adiantar uma série de medidas para combater o mosquito Aedes aegypti – também transmissor da zika e chikungunya. Dentre as ações estão: a continuidade dos mutirões de limpeza, visita dos agentes de saúde às residências e o adiantamento do “Dia D”.

Além disso, a também implantou um ambulatório na Policlínica (avenida Getúlio Vargas, 550) para a hidratação oral e venosa, dos pacientes com suspeita de dengue. Os casos mais graves são encaminhados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto. Antes, no entanto, a pessoa precisa passar pela unidade de saúde local para determinar qual o encaminhamento será dado.

A cidade também conta com um Comitê da Dengue, responsável por “propor, articular, coordenador e avaliar ações destinadas ao controle do vetor”.

Educação

Os mutirões têm sido umas das principais ações promovidas pela Prefeitura. Isso porque, segundo o Levantamento de Índice Rápido Aedes aegypti (LIRAa) divulgado no último dia 22, uma parte significativa dos focos da dengue encontra-se em imóveis. Na região Central, por exemplos, todos os vetores localizados estavam em residência. Já nas regiões Oeste e Nordeste, esse dado chegou a 96%.

Os dados do Liraa também apontam uma preocupação antiga das autoridades de saúde: a importância da conscientização. Apesar das ações, a população cumpre papel fundamento no combate a dengue. De acordo com o levantamento, a maioria dos criadouros de mosquito (31,2%), estava em depósitos móveis, como pratos e vasos de plantas, bebedouros de animais e pingadeiras.

Além disso, 30,1% dos focos estavam em depósitos fixos, como calhas, lajes, piscinas, ralos e outros. Outros 25,5% foram encontrados em objetos com possibilidade de remoção, como baldes, garrafas, latas, pneus e recipientes plásticos. Segundo a Prefeitura, com o resultado desse levantamento, “possibilitam intensificar ações com maior presença de focos do vetor por meio de ações educativas e de orientação”.

Em um dos mutirões de limpeza, realizado no dia 21 de maio nos bairros São João de Deus I e II, Niterói e Vila Olaria, foram recolhidos cerca de 25.800 quilos de lixo, possíveis criadores do mosquito.

Estado

Em Divinópolis, as mortes de dois idosos podem estar relacionadas à dengue. As amostras das vítimas já foram encaminhadas a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), que irá confirmar o diagnóstico preliminar da Semusa. No estado, 67 mortes por dengue já foram confirmadas; outras 115 continuam sendo analisadas.

Das mais de 372 mil ocorrências de dengue em Minas Gerais, 234.550 foram registradas entre abril e maio. A expectativa, segundo a SES-MG, é que, com o clima mais ameno, o número de notificações diminua. Até o momento, a situação é similar aos dois últimos anos de grande epidemia (2013 e 2016), porém com menor intensidade. 

 

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