Casos de HIV crescem 35% em Divinópolis

No primeiro semestre deste ano, 27 pessoas foram diagnosticadas com o vírus

Rafael Camargos

O número de casos de HIV aumentou aproximadamente 3% no Brasil entre 2010 e 2016, em tendência contrária ao que se registra na média mundial. Os dados são da Unaids, órgão das Nações Unidas para lidar com a epidemia. Em Divinópolis, a situação também preocupa.

No primeiro semestre de 2016, a cidade registrou 33 casos notificados e 20 confirmados. O número de portadores da doença subiu em Divinópolis, se comparado com o mesmo período deste ano. De janeiro a julho deste ano, foram diagnosticados mais 27 pacientes. Um crescimento de 35% nos casos.

O aumento dos registros vem ocorrendo ano após ano. Em 2015, foram confirmados 31 casos de Aids. Em 2016, dos 65 casos notificados, 36 deram positivo. Já neste ano, o Centro de Testagem e Aconselhamento da Secretária Municipal de Saúde (Semusa) confirmou 27 novos casos.

Na região

O aumento da doença também ocorreu na macrorregião. Em 2015, eram 137 casos, que passaram para 164 em 2016 e, agora, são 111 casos até o momento.

Prevenção

De acordo com a enfermeira responsável pela Central, Francisca Vanizia de Macedo Gomes, o aumento se deve, principalmente, pela falta de cuidado das pessoas. Para ela, muitos sabem da doença, mas evitam o uso do preservativo e, por isso, acabam contraindo doenças.

— Mesmo sabendo, as pessoas se recusam a usar o preservativo, por isso acabam contraindo o vírus, o que é errado — explicou.

O exame de HIV é oferecido gratuitamente na Central de Triagem, localizada na avenida Getúlio Vargas, 550, no Centro. O exame pode ser realizado de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h.

Números

Já a elevação no país é considerada “pequena”, passando de 47 mil novos casos em 2010 para 48 mil em 2016. O Ministério da Saúde alegou que a grande população causa distorções na análise e teria sido melhor utilizar taxas de detecção da infecção, obtidas pela divisão do número de casos pelo número de habitantes. Assim, os dados epidemiológicos do Brasil indicariam a estabilização da epidemia, com viés de queda.

Virada decisiva

Um informe divulgado pela ONU tratou a época vivida em combate a Aids como uma “virada decisiva”. O vírus levou à morte de um milhão de pessoas em 2016, quase metade do 1,9 milhão registrado em 2005. Mais da metade das pessoas infectadas no mundo recebe tratamento, e o número de novas infecções pelo vírus HIV está em queda, ainda que a um ritmo muito lento para conseguir conter a epidemia.

— O número de mortes relacionadas à Aids passou de 1,9 milhão em 2005 para um milhão em 2016 — apontou o Unaids. Esse avanço se explica, em grande parte, por uma melhor difusão do tratamento antirretroviral. Em 2016, 19,5 milhões de pessoas, do total de 36,7 milhões que vivem com HIV, tinham acesso a tratamento, ou seja, mais de 53%, segundo dados divulgados pelo programa.

Ao todo, 1,8 milhão de pessoas foram infectadas no ano passado, o que equivale a uma contaminação a cada 17 segundos, em média.

 

 

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