Casos de dengue continuam se multiplicando em Divinópolis

 

Maria Tereza Oliveira

A saúde divinopolitana vem ganhando destaque de forma negativa nos primeiros meses do ano. Isso por causa dos inúmeros casos de dengue no município, que vem se alastrando rapidamente por Divinópolis. Em contrapartida, com os atrasos dos repasses estaduais, a situação ganha mais uma preocupação. Em uma semana, surgiram mais 22 casos, mesmo com ações intensificadas da Prefeitura para tentar controlar a epidemia, os registros continuam aumentando.

A cada novo boletim epidemiológico, os números voltam a surpreender. De acordo com levantamento feito pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), até ontem, havia 93 casos na cidade. Na segunda-feira anterior, 11, eram 71, ou seja, 22 a mais.

A chegada do verão, com as temperaturas elevadas e chuvas mais frequentes, propicia a reprodução do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue.

Epidemia?

A Prefeitura revelou que, embora ainda não seja uma epidemia de fato, o perfil atual é parecido com uma, já que os números de focos são parecidos com os dos anos em que o Município passou por epidemia.

A Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) chegou a convocar uma coletiva de imprensa no último dia 30 para tratar do assunto.  Na ocasião, a secretaria informou que os monitoramentos epidemiológicos semanais revelaram números parecidos com os dos anos em que houve epidemia.

Em todos os verões, o combate ao Aedes aegypti é intensificado. Além da dengue, o mosquito transmite zika vírus, chikungunya e febre amarela. No início do ano, foi divulgado o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), que revelou para o número exponencial de focos. Acompanhando esse ritmo acelerado, os casos também aumentam a cada semana.

De acordo com a Diretoria de Vigilância em Saúde, o levantamento foi realizado de 7 a 11 janeiro, e a cidade está com 5,9% de índice de infestação, de acordo com o parâmetro técnico do Ministério da Saúde, que considera acima de 4% risco alto.

Os casos têm se multiplicado rapidamente. No dia 24 de janeiro, a Semusa informou 12 ocorrências de dengue. No dia 28 do mesmo mês, a SES revelou que na cidade havia 18 casos. Já no dia 30, a Semusa destacou as 28 notificações. Já no dia 4, a Secretaria de Estado informou os 45 casos, no dia 11, o número chegou a 71. Até que ontem a SES revelou os 93 casos.

Combate

Com os resultados da LIRAa, a Semusa reforçou as medidas de combate à doença. Foi implantada, por meio da Vigilância em Saúde, uma “equipe de bloqueio” contra a doença.

O grupo atua desde a segunda semana de janeiro e trabalha conforme as notificações recebidas pela Vigilância Epidemiológica de pessoas com sintomas de dengue, zika ou chikungunya.

Ela vai até o endereço informado e realiza ações de pulverização por bombas apropriadas de inseticida que age no mosquito. A pulverização tem uma ação pequena, quando considerado o tempo: menos de 12 horas.

Para combater os focos do mosquito, o efetivo de agentes foi reforçado, além da retomada de mutirões de limpeza e a antecipação de ações.

No dia 24 de janeiro, foi realizado um mutirão de limpeza contra o Aedes aegypti em quatro bairros. Serra Verde, Conjunto Habitacional Osvaldo Machado Gontijo, Alto das Oliveiras e Nossa Senhora da Conceição receberam a ação.

No dia 9 de fevereiro, o mutirão foi nos bairros Alvorada, Liberdade, Bom Pastor e Padre Libério recebem o mutirão contra a dengue.

No último sábado, 16, Santa Rosa, Sidil e Paraíso foram os bairros beneficiados com a ação.

Encerrando o mês, no próximo sábado, 23, Jardim America, São Vicente, Afonso Pena, São Sebastião e Santa Clara recebem o mutirão

“Dia D”

No último sábado, a Prefeitura promoveu o “Dia D” de combate ao mosquito Aedes aegypti, com carreata, blitz e mutirão. O objetivo é conscientizar a população dos problemas na proliferação do vírus da dengue, da zika e da chikungunya.

A data foi antecipada para tentar combater a doença. Tradicionalmente, o “Dia D” é realizado em abril, porém, devido às circunstâncias, foi antecipado em dois meses.

Focos

Os cuidados e atenção para água parada em recipientes são essenciais para combater o mosquito transmissor. Mesmo com todas as campanhas de conscientização, muitas pessoas se descuidam e acabam criando ambientes propícios para a proliferação do mosquito e, consequentemente, para o aumento dos casos.

Com o crescimento alarmante de ocorrências, a fiscalização também se intensificou. O secretário de saúde, Amarildo Sousa, revelou que o Ministério Público (MP) deu o aval para que, ao visitar os imóveis, os agentes tenham autoridade para fazer seu trabalho, mesmo que o proprietário se recuse.

E a população tem papel essencial nesta luta contra a dengue. Para isso, quem ver focos de dengue pode denunciar, pelo disque dengue: (37) 3221-3722, ou pelo aplicativo AppDivinópolis, disponível para Android e iOS.

Prevenção

Apesar de ser um assunto comentado e debatido constantemente, a prevenção muitas vezes é deixada de lado, o que facilita a proliferação do mosquito.

De acordo com o LIRAa, 38,6% dos focos foram encontrados em baldes, latas e recipientes de plásticos e pneus.  Pratos e vasos de plantas, pingadeiras, bebedouros de animais e planta aquática respondem por 26,4% do total de focos encontrados. Ralo, caixa de passagem, sanitário em desuso e fonte ornamental totalizaram 19,3%. Já caixa d’água, tanque, poço, tambor e manilha são 14,9%. Outros 0,8% estavam em depósitos naturais, como bromélia.   

É importante lembrar, segundo a Saúde, de ações simples, como tampar caixas d’águas, deixar garrafas com a boca para baixo e, se o terreno for propenso ao acúmulo de água, realizar a limpeza e drenar o líquido.

Outras medidas de prevenção incluem limpar bem piscinas, aquários, calhas e acumuladores de água. Colocar areia em vasos de plantas também ajuda a evitar o acúmulo de água e, consequentemente, um foco da dengue.

Casos de dengue continuam se multiplicando

Secretaria de Saúde aponta 93 ocorrências da doença; Prefeitura não confirma epidemia

Maria Tereza Oliveira

A saúde divinopolitana vem ganhando destaque de forma negativa nos primeiros meses do ano. Isso por causa dos inúmeros casos de dengue no município, que vem se alastrando rapidamente por Divinópolis. Em contrapartida, com os atrasos dos repasses estaduais, a situação ganha mais uma preocupação. Em uma semana, surgiram mais 22 casos, mesmo com ações intensificadas da Prefeitura para tentar controlar a epidemia, os registros continuam aumentando.

A cada novo boletim epidemiológico, os números voltam a surpreender. De acordo com levantamento feito pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), até ontem, havia 93 casos na cidade. Na segunda-feira anterior, 11, eram 71, ou seja, 22 a mais.

A chegada do verão, com as temperaturas elevadas e chuvas mais frequentes, propicia a reprodução do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue.

Epidemia?

A Prefeitura revelou que, embora ainda não seja uma epidemia de fato, o perfil atual é parecido com uma, já que os números de focos são parecidos com os dos anos em que o Município passou por epidemia.

A Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) chegou a convocar uma coletiva de imprensa no último dia 30 para tratar do assunto.  Na ocasião, a secretaria informou que os monitoramentos epidemiológicos semanais revelaram números parecidos com os dos anos em que houve epidemia.

Em todos os verões, o combate ao Aedes aegypti é intensificado. Além da dengue, o mosquito transmite zika vírus, chikungunya e febre amarela. No início do ano, foi divulgado o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), que revelou para o número exponencial de focos. Acompanhando esse ritmo acelerado, os casos também aumentam a cada semana.

De acordo com a Diretoria de Vigilância em Saúde, o levantamento foi realizado de 7 a 11 janeiro, e a cidade está com 5,9% de índice de infestação, de acordo com o parâmetro técnico do Ministério da Saúde, que considera acima de 4% risco alto.

Os casos têm se multiplicado rapidamente. No dia 24 de janeiro, a Semusa informou 12 ocorrências de dengue. No dia 28 do mesmo mês, a SES revelou que na cidade havia 18 casos. Já no dia 30, a Semusa destacou as 28 notificações. Já no dia 4, a Secretaria de Estado informou os 45 casos, no dia 11, o número chegou a 71. Até que ontem a SES revelou os 93 casos.

Combate

Com os resultados da LIRAa, a Semusa reforçou as medidas de combate à doença. Foi implantada, por meio da Vigilância em Saúde, uma “equipe de bloqueio” contra a doença.

O grupo atua desde a segunda semana de janeiro e trabalha conforme as notificações recebidas pela Vigilância Epidemiológica de pessoas com sintomas de dengue, zika ou chikungunya.

Ela vai até o endereço informado e realiza ações de pulverização por bombas apropriadas de inseticida que age no mosquito. A pulverização tem uma ação pequena, quando considerado o tempo: menos de 12 horas.

Para combater os focos do mosquito, o efetivo de agentes foi reforçado, além da retomada de mutirões de limpeza e a antecipação de ações.

No dia 24 de janeiro, foi realizado um mutirão de limpeza contra o Aedes aegypti em quatro bairros. Serra Verde, Conjunto Habitacional Osvaldo Machado Gontijo, Alto das Oliveiras e Nossa Senhora da Conceição receberam a ação.

No dia 9 de fevereiro, o mutirão foi nos bairros Alvorada, Liberdade, Bom Pastor e Padre Libério recebem o mutirão contra a dengue.

No último sábado, 16, Santa Rosa, Sidil e Paraíso foram os bairros beneficiados com a ação.

Encerrando o mês, no próximo sábado, 23, Jardim America, São Vicente, Afonso Pena, São Sebastião e Santa Clara recebem o mutirão

“Dia D”

No último sábado, a Prefeitura promoveu o “Dia D” de combate ao mosquito Aedes aegypti, com carreata, blitz e mutirão. O objetivo é conscientizar a população dos problemas na proliferação do vírus da dengue, da zika e da chikungunya.

A data foi antecipada para tentar combater a doença. Tradicionalmente, o “Dia D” é realizado em abril, porém, devido às circunstâncias, foi antecipado em dois meses.

Focos

Os cuidados e atenção para água parada em recipientes são essenciais para combater o mosquito transmissor. Mesmo com todas as campanhas de conscientização, muitas pessoas se descuidam e acabam criando ambientes propícios para a proliferação do mosquito e, consequentemente, para o aumento dos casos.

Com o crescimento alarmante de ocorrências, a fiscalização também se intensificou. O secretário de saúde, Amarildo Sousa, revelou que o Ministério Público (MP) deu o aval para que, ao visitar os imóveis, os agentes tenham autoridade para fazer seu trabalho, mesmo que o proprietário se recuse.

E a população tem papel essencial nesta luta contra a dengue. Para isso, quem ver focos de dengue pode denunciar, pelo disque dengue: (37) 3221-3722, ou pelo aplicativo AppDivinópolis, disponível para Android e iOS.

Prevenção

Apesar de ser um assunto comentado e debatido constantemente, a prevenção muitas vezes é deixada de lado, o que facilita a proliferação do mosquito.

De acordo com o LIRAa, 38,6% dos focos foram encontrados em baldes, latas e recipientes de plásticos e pneus.  Pratos e vasos de plantas, pingadeiras, bebedouros de animais e planta aquática respondem por 26,4% do total de focos encontrados. Ralo, caixa de passagem, sanitário em desuso e fonte ornamental totalizaram 19,3%. Já caixa d’água, tanque, poço, tambor e manilha são 14,9%. Outros 0,8% estavam em depósitos naturais, como bromélia.   

É importante lembrar, segundo a Saúde, de ações simples, como tampar caixas d’águas, deixar garrafas com a boca para baixo e, se o terreno for propenso ao acúmulo de água, realizar a limpeza e drenar o líquido.

Outras medidas de prevenção incluem limpar bem piscinas, aquários, calhas e acumuladores de água. Colocar areia em vasos de plantas também ajuda a evitar o acúmulo de água e, consequentemente, um foco da dengue.

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