Casos de dengue chegam a 3.529

 

Matheus Augusto

Ao contrário da expectativa das autoridades de saúde, o cenário da dengue tem se agravado em Divinópolis. Dados atualizados da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), divulgados ontem, apontam 3.529 notificações de dengue na cidade. Dessas, 2.091 permanecem em análise e 247 foram descartadas. No entanto, a pasta já confirmou 1.191 casos, uma média de sete por dia.

Os dados divulgados ontem registram um aumento de 168 confirmações em apenas uma semana. O número de notificações, neste mesmo período, cresceu 291.

SES

Segundo os parâmetros da Secretaria de Estado de Saúde (SES), a incidência é considerada muito alta quando a cidade contabiliza 600 notificações para cada grupo de 100 mil habitantes. Em Divinópolis, esse índice chegou a 1.346,32. Apesar do alto número, a cidade é a 23ª com a maior incidência, entre os 54 municípios da Região Ampliada de Saúde Oeste.

Carmo do Cajuru vem logo em seguida. A cidade, com pouco mais de 22 mil habitantes, já registrou 273 notificações da dengue, totalizando uma incidência de 1.226,58. Itapecerica ocupa a 36ª posição na lista, com um índice de 487,07. O município tem 106 suspeitas.

A situação mais grave é em Arcos, onde a incidência chegou a 8.594,48. Outros municípios em situação preocupante são: Pimenta, Martinho Campos, Cristais, Itatiaiuçu, Iguatama, Luz, São Gonçalo do Pará, Nova Serrana, Lagoa da Prata e Pitangui.

Em Minas Gerais, de acordo com os dados atualizados na última segunda-feira, 10, já são quase 400 mil notificações, entre casos confirmados e suspeitos. Em todo o estado, 74 mortes já foram diagnosticadas para a dengue; outros 127 casos continuam em investigação, dentre eles, duas vítimas fatais em Divinópolis.

Prevenção

Dentre as medidas tomadas pela Prefeitura para combater o Aedes agypti, também transmissor da zika e chikungunya, está a realização de mutirões de limpeza para o recolhimento de entulhos em bairros. Esse acúmulo de lixo pode ser ou acabar se tornando criadouros do mosquito.

Divinópolis conta hoje com um ambulatório na Policlínica – avenida Getúlio Vargas, 550 – para a hidratação de pacientes considerados não graves. Antes, no entanto, é preciso se consultar na unidade de saúde para receber o encaminhamento de acordo com a gravidade do caso. As suspeitas mais críticas continuam sendo atendidas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto.

Apesar das ações dos órgãos competentes, o último Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), realizado em 22 de maio, expõe a necessidade de uma maior atenção por parte dos moradores. Segundo o Ministério da Saúde (MS), o resultado ideal do LIRAa é inferior a 1%. Entre 1% e 3,9%, a situação é de alerta. Acima de 4%, há o risco de surto da dengue. Em Divinópolis, esse índice está em 6%, ou seja, a cada 100 imóveis visitadas, quatro ou mais estavam infestadas.

O levantamento na cidade é preocupante em relação aos imóveis. Na região Central, todos os vetores encontrados estavam dentro de residências. Nas regiões Oeste e Nordeste, esse número chegou a 96%.

Frio

De acordo com a SES o aumento no número de casos já é esperado nos primeiros meses do ano, por ser um período quente e chuvoso. Esse clima acaba sendo ideal para o desenvolvimento dos mosquitos. No entanto, mesmo com a chegada do frio, as notificações de dengue continuam crescendo.

Segundo os dados da SES, defasados em relação ao município, em janeiro, a Semusa contabilizou 31 casos prováveis da doença, entre suspeitas e confirmações. Em fevereiro, foram mais 141 e, no mês seguinte, 284. Desde então o cenário tem piorado de forma alarmante. Em abril, o número de notificações chegou a 849.

Em maio, o número de suspeitas e confirmações foi o maior neste ano: 1.689. Neste mês, o estado já registrou 183 casos prováveis na cidade.

Em todo o ano passado, Divinópolis teve 159 ocorrências e 77 casos confirmados.

 

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