Caso Amanda: vizinha confessa autoria do assassinato

Maria Tereza Oliveira

“Eu queria era a mãe.” Essa foi a justificativa usada por Sarah Maria de Araújo, 38 anos, para explicar a morte da menina Amanda Filgueiras Calais, de seis anos. Em entrevista coletiva, Sarah, que é a principal suspeita de matar a criança encontrada no quintal de sua residência na madrugada desta sexta-feira, 9, afirmou que o alvo não era a criança, e sim a mãe.

Após alegar à imprensa, no primeiro depoimento, que a morte de Amanda foi um acidente, a mulher assumiu a autoria do crime. De acordo com ela, o alvo seria a mãe de Amanda que, supostamente, teria acionado o Conselho Tutelar contra ela.

— Minha intenção não era a menina, era a mãe. Porque ela fez uma denúncia para tirar minha filha de mim. [...] Se eu tivesse um revólver, era ela que eu iria pegar — alegou.

A investigada contou que Amanda era acostumada a frequentar a casa para brincar com sua filha de quatro anos.

— Eu pensei: como uma mãe tira uma filha de uma mãe? Que coração é esse? Ela precisa sentir a dor de tirar uma filha dela — revelou.

A vizinha está sendo investigada por homicídio qualificado com motivação fútil, pelo crime de asfixia e por fraude processual.

A pena varia entre 12 e 30 anos de prisão.

Crime

De acordo com a perícia, a causa da morte de Amanda foi afogamento. Antes disso, a criança também teria sido esganada. A acusada também comentou sobre a ação.

— No auge, na última loucura, e porque eu queria matar a mãe — justificou.

Conforme relatou Sarah, ela não precisou atrair a menina até sua casa, pois esta era amiga de sua filha e tinha acesso ao local.

Após a morte de Amanda, a suspeita contou que sentiu medo pela reação da mãe.

Sarah disse que a criança era um anjo e pediu perdão para a mãe da vítima. Entretanto, ela culpou a mãe de Amanda pela morte.

Caso

Após ter ficado desaparecida por horas, a menina foi encontrada morta na madrugada desta sexta-feira, 9, no bairro Lagoa dos Mandarins. A principal suspeita do crime alega que a morte de Amanda foi um acidente. Em coletiva de imprensa, o delegado regional Leonardo Pio afirmou que a acusada, possivelmente, alterou a cena do crime.

Amanda foi encontrada de calcinha e blusa de uniforme. O delegado também contou que a perícia não encontrou indícios de violência sexual.

Amanda Filgueiras foi vista com vida pela última vez por volta de 17h20 desta quinta-feira, 8, na mesma região em que horas depois morreu. O bairro Lagoa dos Mandarins fica próximo à MG-050.

A família entrou em contato com a Polícia Militar (PM) que, juntamente com equipes do Corpo de Bombeiros, vizinhos e voluntários, começou a procurar pela menina. Nas redes sociais, o caso também ganhou repercussão e inúmeras pessoas compartilharam a foto da criança com o intuito de localizá-la.

Os peritos têm papel importante para a apuração do caso. Leonardo Pio revelou que a perícia constatou que o corpo da criança já estava rígido – o que pode significar que ela estava morta há horas – e com sinais de esganadura.

— Podemos afirmar que Amanda não morreu pela queda. Ela foi esganada, podendo existir outro fator que contribuiu para a morte — destacou.

Homenagem

A escola onde a criança estudava, Escola Estadual São Francisco de Paula, foi coberta de cartazes com mensagens de pesar e homenagens à menina.

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