Captar sem pensamento

A Inteligência é uma faculdade humana que permiti-nos extrair o melhor das nossas experiências, além de desenvolver no homem a capacidade de adaptar-se a situações novas.  Inteligência que vem do “intelegere” que quer dizer recolher dentre. Abarcaria o discernimento como seleção de valores.

Henri Bérgson (1941) foi um filósofo e diplomata francês, que ensinava que a inteligência pretende ser útil, mas cairia na especulação. Quer aplicar o que sabe, mas perde-se em múltiplas análises. Mas apesar de tudo isto, despertaria intuições que dormem na nossa consciência.

Já o também Francês, Jules Payot (1940), foi um educador e pedagogo tido como um grande expoente da educação laica. Ensinava que erudição não é inteligência. A inteligência é a clara compreensão das realidades. Uma inteligência limpa pressupõe como conseqüência a calma das paixões e a Liberdade do Espírito.

A Filosofia a maneira Clássica colabora com estes conceitos entendendo que a inteligência realmente no permitiria separar o surpéfulo do transcendente, uma espécie de “captar sem pensamento”. 

Devemos entender que a razão como organizadora dos pensamentos ainda não é a inteligência. Vivemos num mundo onde se valoriza muito as opiniões sobre o aspecto de uma lógica materialista. Entretanto, o Divino Platão já nos alertava que as opiniões estão no meio do caminho entre a ignorância de não saber nada e a sabedoria como capacidade de “saborear” todos os sentimentos e pensamentos e levá-los a vivência prática.

Também enfrentamos uma sociedade que vai esvaziando as palavras até torná-las “palavras sem alma”. Onde se fala coisas sem profundidade e valorizam-se coisas complexas, revestidas de uma aparente intelectual o que nos levaria a perder cada vez mais a nossa simplicidade. O Ser humano deixaria de ser Simples quando se afasta de sua verdadeira autenticidade humana.  Com estas falsas palavras a mente nos faz mentir, pois nos engana quando deixamos para amanhã o que poderíamos fazer hoje e quando chega o amanhã também não o faremos, caindo numa falsa e ilusória idéia de movimento.

Devemos aprender a olhar objetivamente para dentro e tomarmos consciência de que fazemos parte de uma unidade chamada humanidade, além de limparmos a nossa mente do vício das críticas.

Adquirindo um controle que vem de uma consciência de justiça, em dar a cada uma das nossas estruturas o que lhe seja próprio, abrindo com isso, o nosso canal de inteligência e discernimento.

Divinópolis, 27 de Setembro de 2018.
Professor e Filósofo à maneira clássica
Elismar José Alves
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