Candidatos arrecadam quase R$ 1 milhão

Despesas, por outro lado, já superam esse valor em mais de R$ 250 mil

Da Redação

Quase um milhão de reais. Esse é o valor que os nove candidatos à Prefeitura de Divinópolis têm à disposição para gastar.  Até ontem, R$ 895.568,57 já haviam sido arrecadados, por meio de doações de pessoas físicas, de partidos, dos próprios prefeitáveis e por financiamento coletivo. Neste ano, conforme determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cada chapa pode gastar R$ 779.023,22.

Os dados são públicos e podem ser acessados no site http://divulgacandcontas.tse.jus.br/

Para dar e vender

A chapa composta por Fabiano Tolentino (CDN) e Jaime Martins (DEM) lidera os números de arrecadação: R$ 312.746,84. Até ontem, as despesas contratadas somavam R$ 289.387,15. Jaime e Tolentino aplicaram R$ 70 mil e R$ 50 mil, respectivamente, na campanha; R$ 145 mil vieram do partido e R$ 37.746,84 de doações.

Laiz Soares e Giovana Garrôcho, ambas do Solidariedade, ocupam a segunda colocação, com R$ 194.264,00 arrecadados: R$ 76.200 por meio de doações, R$ 110 mil do partido e R$ 8.064 de financiamento coletivo. A chapa já declarou ter comprometido R$ 107.974,93 da verba.

Apesar de apenas uma fonte de arrecadação ‒ doações de partidos ‒, Professora Maria Helena (PT) e Simone Leite (PTdoB) aparecem em terceiro na lista, com R$ 166.622,76. Os gastam declarados foram de R$ 55.569,75.

Marquinho Clementino (Republicanos) está de volta. Candidato em 2016, ele, que tem ao seu lado Andréia Rabelo (PDT), conta com R$ 107.583,97 à disposição: R$ 14.459,97 de doações e R$ 3.124,00 de partidos. O total de despesas contratadas é de R$ 166.700,15.

O atual prefeito, Galileu Machado (MDB), está em busca da reeleição com R$ 62.560,00. Conforme detalha o TSE, o candidato recebeu R$ 40 mil do partido, R$ 12.560,00 de doações e investiu R$ 10 mil próprios. Até o momento, sua despesa total é de apenas R$ 6.340 ‒ a menor entre os nove. Neste ano, ele deixou o atual vice, Rinaldo Valério (DC), para se aliar do Cleo do Bloco do Cleo, de seu partido.

A empresária e candidata Iris Moreira (PSD) já captou R$ 50.900,00, sendo R$ 49.900 de seu partido e R$ 1 mil doados por seu vice, Valdir Brandão, da mesma sigla. Ela, porém, já declarou à Justiça contratado R$ 235.412,96 em serviços de campanha ‒ ficando atrás apenas de Tolentino.

Will Bueno e Douglas Maia, ambos do PP, também estão na disputa eleitoral. A chapa declarou ter arrecadado R$ 46.400: R$ 30 mil por doação próprio de Will, R$ 4.400 de financiamento coletivo, R$ 5 mil do partido e R$ 7 mil de doações. Eles declararam ter gastado R$ 44.365,18.

Gleidson Azevedo e Janete Aparecida, ambos do PSC, contam com R$ 35.084,00 disponíveis. Segundo o sistema, foram R$ 13.074,00 de doações, R$ 13.010,00 de Janete e R$ 9 mil de Gleidson. O valor da despesas é de R$ 57.317,57.

Por fim, o ex-vereador Sargento Elton (Patriota) e o empresário Fernando Malta (PSL) declararam ter recebido R$ 26.300,00. Os recursos são: R$ 20 mil do partido e R$ 6.300 de doações. Os gastos, por outro lado, já chegam a 183.480,72.

Assim, ao todo, os gastos dos candidatos chegam a R$ 1.146.548,41 ‒ valor R$ 251 mil maior do que o total arrecadado.

Informações

Conforme explica o TSE, a intenção é garantir “a transparência e a legitimidade dos recursos utilizados para o financiamento das campanhas eleitorais”.

— (...) com o objetivo de coibir o abuso de poder econômico e os desvios de finalidade na utilização dos recursos acumulados, bem como preservando a igualdade de condições na disputa eleitoral — destaca.

As prestações de contas finais referentes ao primeiro e ao segundo turno de todos os candidatos e partidos políticos deverão ser entregues até 15 de dezembro de 2020. Os relatórios serão analisados pela Justiça Eleitoral. As decisões sobre os julgamentos das prestações de contas devem ocorrer até 12 de fevereiro de 2021.

Mesmo sem tais informações, o Núcleo de Inteligência da Justiça Eleitoral e demais órgãos federais de fiscalização já conseguiram identificar R$ 35 milhões com indícios de irregularidades em todo o país. O valor encontrado se refere, por exemplo, a doação realizadas por pessoas sem emprego formal registrado e doadores com renda incompatível com valor doado. 

— Outra irregularidade apontada é que 1.146 fornecedores sem registro ativo na Junta Comercial ou na Receita Federal receberam R$ 1,9 milhão por serviços prestados durante a campanha deste ano. Há ainda 827 fornecedores com sócios ou representantes e seus familiares que receberam Bolsa Família — explica.

O órgão ainda encontrou supostas ilegalidades inclusive com inscritos em programas sociais, mortos e parentes dos candidatos.

— Já os doadores que receberam Bolsa Família somam 863 e doaram juntos quase R$ 370 mil. Além disso, 416 fornecedores têm relação de parentesco com candidato ou seu vice. Por fim, oito doadores constam no Sistema de Controle de Óbitos (Sisobi) e, ainda assim, aparecem como doadores de uma quantia total de R$ 8.690,00 — finaliza.

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