Caixa de pandora

Editorial

Em Divinópolis existem várias “caixas de pandora”. A mitologia grega explica que a caixa pandora é uma caixa onde os deuses colocaram todas as desgraças do mundo, entre as quais a guerra, a discórdia, as doenças do corpo e da alma. Contudo, nela havia um único dom: a esperança. E é assim que a população vive a cada quatro anos, sob a expectativa que os representantes eleitos pelo povo abram essas “caixas de pandora” da cidade e resolvam boa parte dos problemas de Divinópolis. Os discursos são os mesmos. Chegam a emocionar e enchem o coração do divinopolitano de esperança, que em determinados momentos até chegam a acreditar que “agora vai”, mas não vai. Tudo não passa de um teatro muito bem ensaiado. Ninguém, mas é ninguém mesmo, consegue chegar sequer próximo a essas “caixas de pandora”. Só falam, e é como diz o ditado “falar até papagaio fala”. Acredita-se por aí que ainda não nasceu quem vai conseguir abrir essas caixas e, com isso, Divinópolis fica travada no salto para o desenvolvimento. 

Infelizmente, o povo de Divinópolis ainda vai ter que se contentar com os discursos bonitos que enchem os olhos e o peito de qualquer um. Nenhum político passou disso. Se pegar os pronunciamentos feitos pelos vereadores da legislatura passada, na primeira reunião ordinária, realizada no dia 2 de fevereiro de 2017, e comparar com os feitos há poucos dias e nesta semana, vai ver que nada, absolutamente nada mudou. Apesar de bonita, a “nova política” não passa do “mais do mesmo”. As “caixas de pandora” de Divinópolis estão e continuarão intactas. Para que se mexa nessas “caixas de pandora” é preciso que os representantes do povo deixem suas vaidades, seus projetos pessoais e seus interesses de lado, e coloquem o povo acima de tudo. Das diferenças políticas, das promessas e da disputa pelo: “eu sou eu e posso mais”. Se não for nestas condições tudo continuará exatamente igual e não passará de um teatro muito bem ensaiado, feito apenas para encantar os olhos do eleitor. 

É difícil, mas é necessário ver e dizer a verdade. Aliás, é nossa obrigação fazer isso. Infelizmente, uma cidade não é feita de pronunciamentos bonitos, porque, se fosse, Divinópolis seria uma cidade de “primeiro mundo”. Se uma cidade fosse feita de vídeos para redes sociais, sem sombra de dúvidas, seria exemplo para todo o Brasil. É triste também mas é necessário ver que há mais projetos pessoais dentro dos poderes do que os coletivos. Tudo não passa de ego, vaidade e desejo de estar no comando. Divinópolis parece ainda estar longe de viver os seus sonhados dias de glória. Por enquanto, a cidade permanece nos seus dias de luta. Não porque espera-se que a atual administração ou a atual legislatura transformem Divinópolis no paraíso da noite para o dia, mas porque os discursos são os mesmos feitos em fevereiro de 2017. Muito se foi falado e pouco foi feito.  

Até que o interesse coletivo esteja acima dos interesses pessoais, as “caixas de pandora” continuarão intactas, assombrando a população de Divinópolis, que se contenta com discursos bonitos.

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