Cachaça lidera em impostos embutidos

 

Jorge Guimarães

Dados do Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), publicados ontem à tarde, mostravam que o Brasil já tinha arrecadado de impostos entre o dia 1º de janeiro a tarde desta terça-feira, algo em torno de R$ 123 bilhões. Já Divinópolis, no mesmo período e horário, tinha arrecadado em impostos municipais aproximadamente R$ 7 milhões e 200 mil. E são números que não param de crescer a cada segundo, já que  quando se compra algum produto, se paga impostos. Não é empresa vendedora que paga o imposto e, sim o comprador, pois dentro do preço do produto já está incluso o valor dos impostos, na maioria das vezes. Por exemplo, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o PIS e o Cofins são alguns deles que estão dentro do preço da mercadoria.

Os 10 mais

Só para se ter uma ideia da quantidade percentual de impostos tem alguns itens que o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) selecionou os 10 produtos mais tributados. Em primeiro lugar vem a cachaça com 81,87%; seguida do casaco de pele  81,86%; a vodca tributada em 81,52%; o cigarro em 80,42%. Já o perfume importado tem 78,99%; a tradicional caipirinha           76,66%; o vídeo game 72,18%; revólver 71,58%; perfume nacional 69,13% e fechando a lista tem as motos acima de 250cc com 64,64%.

Cesta básica

E não são somente os itens supérfluos, os do  dia a dia pesam muito no bolso. A cesta básica fica salgada com a taxação de impostos. Dentre os itens, o líder é a água que é tarifada em 37,44%, seguida da margarina com 35,98% e o açúcar refinado com 30,60%. Já o nosso feijão com arroz é tributado em igual percentual, ou seja, 17,24%. Confira tabela abaixo

De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), o consumidor paga hoje 63 tributos entre impostos, taxas e contribuições. Segundo levantamento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) o índice cobrado sobre o consumo é de cerca de 65% e a carga tributária na renda, por exemplo, é pouco mais de 20%.

— Nestes casos, há pontos interessantes como a carga de impostos sobre renda no Brasil que é baixa em relação à carga de impostos sobre consumo. Assim, o valor maior em consumo quer dizer que, proporcionalmente, quem tem uma renda menor paga mais impostos. O que deveria ser ao contrário — explica o economista Leandro Maia.

Consumidor

A reportagem ouviu consumidores que nem desconfiavam que eles pagam a conta sozinho.

— Eu sabia, mais ou menos, que tinha impostos nestes itens de primeiras necessidades, mas não sabia que era tanto assim. Imagina na água, coisa que vem da natureza, a mais taxada. Pouca vergonha, só queria saber para onde vai o dinheiro — disse admirado o aposentado Olavo Teixeira.  

  

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