Bons tempos, tempos bons

Amnys Rachid

        Estamos vivendo tempos pesados em que tudo pode e tudo vira meme. Tudo é pesado, tudo é agressão, momentos de espera.

        Não sei se estou certo, mas acredito que o que está faltando para os jovens é diversão. Vejo esta moçada perdida andando pelas madrugadas fazendo badernas, quebrando tudo, fora a quantidade de álcool e drogas rolando. Acredito sempre que nossos jovens são espelho de uma sociedade.

      Se pararmos para lembrar, a quantidade de coisa que tínhamos para fazer na nossa época de moçada: era boate, bailes, shows... A cidade fervilhava e tinha espaço para todos.

      Lembro que na quinta-feira todo mundo já estava planejando o que fazer no fim de semana. Na sexta, tinha aquilo de rodar nos barzinhos, que, por sinal, sempre havia um inaugurando. A gente rodava, lembro, o Pingo no i, Estalagem, W3, Tio Lé, Cervejaria Savassi, Zepellin e muitos outros. Era só avisar que estava inaugurando que a turma ia para dar a nota.

     No sábado era dia de boate: tinha a do Estrela, Divinópolis Clube, Paroquial, Sambão, Ceas, e o mais incrível era que todos lotavam, era um tal de estar no Estrela e resolver dar um pulo no Divinópolis Clube para ver como estava. A 1º de Junho era um trânsito só. E a coisa não era só ir à boate, a gente se preparava para aquela noite: todo mundo ensaiava as danças, os passinhos, e arrasava. Tinha também aquilo da roupa nova comprada na Boutique do Kari ou na Cida Confecções.

      O mais interessante era que, quando acabava a boate, a “Savassinha” lotava, todo mundo ia comer um sanduiche lá no Rolandus ou no Enio, no Meio da Noite. Ali começava outra festa, sempre tinha os rebeldes que passavam dando cavalinho de pau, quando não pintava uma briga e todo mundo corria para ver. Outro ponto imperdível era comer um arroz com frango no Vantu, lá na beirada da linha (BDL) era assim: se ficasse parado o ingrediente da comida, era azeitona, se mexesse, era barata, mas delicioso.

        E os bailes, como eram esperados! Quase todo mês tinha um. Bailes famosos, como o do aniversário da cidade, bal masqué, baile das misses, das debutantes, noite branca, anos dourados, fora réveillon e muitos outros, todos com ótimos conjuntos que bombavam até o amanhecer e sempre com atores famosos.    

       Que saudade dos shows sempre aos domingos! Quase todo mês tinha um, eram no Cine Alhambra, Cine Arte, Campo do Ferroviário e a maioria no poliesportivo: A Cor do Som, Titãs, RPM, Beto Guedes, 14 Bis, Sá e Guarabira, Boca Livre, Kid Abelha, Rita Lee, MPB 4 e muitos mais. Saíamos com a alma lavada, felizes de poder aproveitar uma noite de cultura.

        Hoje estamos assistindo esses pancadões que não acrescentam nada para ninguém e ainda levam nossos jovens para o perigo.

        E eu continuo aqui, na Tok Empreendimento, sempre lembrando de grandes momentos vividos.             

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