Bolsonaro obteve o triplo de votos de Haddad em Divinópolis

Maria Tereza Oliveira 

O controverso deputado Jair Messias Bolsonaro (PSL), candidato à Presidência da República, teve votação expressiva em Minas Gerais. O estado é o 2º maior colégio eleitoral do país. No 1º turno, quase 12 milhões de mineiros votaram, dentre eles, mais de cinco milhões de votos foram para o candidato do PSL. 

O fenômeno Bolsonaro assusta alguns e encanta a outros. Isto pode ser constado pelo nível de rejeição do candidato, principalmente entre as mulheres, com a criação do movimento #EleNão, como também através de seus apoiadores que saem pelas ruas orgulhosos de seu candidato, tanto que fazem camisas em homenagem ao presidenciável e organizam atos em seu favor. 

Líder de votos na região 

Querido ou não, os resultados do 1º pleito apontaram o favoritismo de Bolsonaro, sobretudo em Minas Gerais. No estado, o candidato da extrema direita obteve 5.308.047 votos, o que corresponde a 48,31% dos votos válidos. O 2º colocado, Fernando Haddad (PT), teve 27,65% dos votos válidos, num total de 3.037.957. 

A vantagem de mais de dois milhões de votos é refletida na região Centro-Oeste do estado, onde o deputado recebeu mais votos. Bolsonaro recebeu o quádruplo dos votos do 2º colocado na região, sendo 437.616 votos, 55% do total, para o deputado contra 104.702, 19,17% para Haddad.  

Em Divinópolis, Bolsonaro também foi o mais votado conseguindo mais do triplo de Haddad, com 66.654 votos, contra 21.376 do candidato petista. 

Primeiro escalão  

E o presidenciável Bolsonaro tem grandes aliados em Minas Gerais. Um deles, é o deputado mais bem votado no Estado pelo PSL Marcelo Álvaro Antônio. Puxado pela “onda Bolsonarista”, o parlamentar conquistou a reeleição com mais de 220 mil votos. 

Natural de Belo Horizonte, Marcelo se aproximou de Jair Bolsonaro em 2016, na época da votação do impeachment de Dilma Rousseff e, no início deste ano, se filiou para o PSL. 

Devido a esta proximidade e a quantidade de votos obtida pelo deputado, cogita-se nos bastidores, que caso Bolsonaro seja eleito, ele se tornará ministro. 

Mulheres 

Embora tenham sido mulheres as percussoras do #EleNão, há mulheres que apóiem e se mobilizem por Bolsonaro. E partiu de Minas, a primeira mulher que se posicionou a favor do presidenciável. 

A empresária Valquíria Freitas (PSL) foi a primeira a dedicar apoio publicamente ao candidato do PSL. Ela é presidente do mesmo partido de Bolsonaro em Santo Antônio do Monte e representa o PSL Mulher no Centro-Oeste. 

— Estou cheia de orgulho em ter sido a pioneira, ainda mais nestes tempos de “Maria vai com as outras” — afirmou. 

Violência 

Nos últimos dias foram denunciados 50 ataques cometidos em todo país, por supostos apoiadores de Bolsonaro. O levantamento contabilizou relatos de agressões e ameaças contra pessoas em 18 estados e no DF nos últimos dez dias. Em contrapartida, seis apoiadores do candidato do PSL também foram agredidos. 

Em seu perfil no Twitter, Bolsonaro repudiou os atos e disse que dispensa voto e qualquer aproximação de quem pratica violência contra eleitores que não votam nele. 

— A este tipo de gente peço que vote nulo ou na oposição por coerência, e que as autoridades tomem as medidas cabíveis, assim como contra caluniadores que tentam nos prejudicar — pediu. 

Bolsonaro também foi vítima de violência, quando levou uma facada no abdômen, no dia 6 de setembro, enquanto fazia campanha em Juiz de Fora. 

Apoiadoras do Bolsonaro realizarão um ato na Capital Mineira, na próxima semana, onde mulheres usando roupas brancas, irão distribuir rosas para as pessoas. Joice Hasselmann também marcará presença. 

Segundo Valquíria Freitas, o ato é pela paz. 

— O ato será para que, como mulheres, possamos atestar que o Bolsonaro só deseja um momento novo, feliz, próspero e, acima de tudo, sem violência — alegou. 

Visita 

O deputado federal, Domingos Sávio (PSDB), esteve na última quarta-feira, 10, na casa de Bolsonaro, no Rio de Janeiro, a convite da Frente Parlamentar Agropecuária da Câmara, da qual o tucano faz parte. 

Na oportunidade, Domingos revelou ao presidenciável que foi fiel ao seu partido, apoiando Anastasia (PSDB) e Alckmin (PSDB) no 1° turno. Disse também ao candidato que agora tem seu total apoio, porque acredita que ele fará mudanças necessárias para o Brasil. 

Em entrevista ao Agora no início da semana, Domingos já havia adiantado seu apoio ao deputado. 

— Não foi uma decisão fácil continuar apoiando o Geraldo Alckmin e seria muito cômodo apoiar o Bolsonaro, que é o candidato mais popular, mas eu não iria abandonar o barco e acho o Geraldo muito preparado para o cargo. Neste 2º turno meu apoio vai para o Bolsonaro, porque eu sou contra o PT e acho o meu colega de Câmara o mais viável — explicou.

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