Bolsonaro e as eleições municipais
O Nordeste presencia uma multiplicação de candidaturas bolsonaristas no pleito de 2020. Utilizando fotos, jargões e mesmo citando o presidente
em peças de publicidade, candidatos a prefeito na maioria das capitais do daquele estado tentam aproximar suas imagens à de Bolsonaro
para conquistar parte do seu eleitorado.
14 candidatos em oito capitais nordestinas fazem campanha usando referências ao chefe do Executivo federal. Em Recife, Salvador, Aracaju, Teresina e São Luís, nove candidatos fazem campanhas apoiadas, de algum modo, no presidente Bolsonaro.
Perfil do eleitor
O Jornal Valor diz que eleitor deste ano é conservador e de direita. O Instituto Travessia foi contratado pelo jornal Valor, que é da Rede Globo, tudo para avaliar o perfil ideológico do eleitor brasileiro. Constatações da
pesquisa, segundo publicação de hoje do jornal:
o eleitor brasileiro é de direita, conservador, coloca como primeiro requisito do seu candidato um perfil de honestidade e está preocupado, sobretudo, com seis temas (o instituto colocou 17 temas para respostas) ‒ saúde, educação, emprego,
segurança, abastecimento de água e administração pública.
Os desafios que Suzana enfrentou
Suzana Xavier é secretária da Fazenda no Governo Galileu Machado.
Servidora concursada na pasta da contabilidade, trabalhou como contadora,
nos governos Galileu, Demetrius Pereira e Vladmir Azevedo.
No governo tucano, trabalhou também
no Serviço Social e na área da saúde. Essas múltiplas atividades deram à
Suzana uma visão privilegiada sobre a administração municipal em
Divinópolis. Quando foi convidada pelo prefeito Galileu Machado para assumir a secretaria da Fazenda, aceitou, com a condição de não sofrer nas suas decisões, influências político/partidárias e, por isso, todos os cargos de livre nomeação na sua secretaria foram ocupados por servidores concursados e qualificados para as funções. Assim, ela e sua equipe puderam conduzir a pasta com a eficiência possível.
Eficiência possível: explico!
O então prefeito Vladimir Azevedo entregou a Prefeitura a Galileu Machado
em estado de calamidade financeira no setor de saúde pública de Divinópolis.
E mais: no dia 20 de dezembro de 2017, o Executivo informou que não tinha
recursos suficientes em caixa para pagar o 13º salário de mais de 3 mil
servidores. Em resumo: o cartão de visita que a secretaria da Fazenda recebeu de herança da administração anterior, logo na entrada, foi uma dívida de R$ 48 milhões, sem lastro.
E mais...
Além de tudo isso, Suzana Xavier viu edis na Câmara Municipal jogando para a plateia (observação minha), gritando no plenário que em Divinópolis havia 62 mil imóveis pagando abaixo da taxa mínima de IPTU e que isso era uma grande injustiça social a ser corrigida. Entretanto, no momento preciso de reparar tal injustiça,
a incoerência falou mais alto e a demagogia também, conquistando simpatia
popular, com a ideia de que se tratava de mero aumento de IPTU,
culminando por negarem ao governo municipal a revisão da planta.
Se os valores fossem revisados e tornados conformes, atingiriam este número de imóveis tributados por defasagem do status
em ninharia e proporcionariam receita. Decididamente, uma estratégia
política e partidária que, que, na minha opinião, tinha o objetivo
de inviabilizar o governo Galileu Machado. Suzana assistiu, assim, à perda
de recursos para os cofres municipais e à permanência da “injustiça social".
O calvário
Enfim, a secretária de Fazenda, Suzana Xavier, além de receber uma administração sob calamidade financeira, de pagar R$ 48 milhões de dívida herdada e de ver negada a revisão da planta de valores do IPTU, por mera pirraça política de oposicionistas, ainda viu o governo de Fernando Pimentel (PT) segurar nos cofres do Estado R$ 120 milhões
tocantes à Prefeitura. Fica o alerta aos candidatos a prefeito e
particularmente a quem for eleito sobre a valia de ter por perto Suzana
Xavier. Se Galileu não for eleito, estará ela no setor da contabilidade da
Prefeitura. Sua experiência pode ajudar a próxima administração, e Suzana
certamente não iria desprezar uma chamada cidadã. Eu acho.
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