Balzac

João Carlos Ramos

 

Balzac

Honoré de Balzac (Tours,20/05/1799 - Paris,18/08/1850) foi o pai do Realismo francês e consequentemente da literatura moderna. O conjunto de sua fenomenal criação literária foi cognominada de “A COMÉDIA HUMANA”, sendo composta de 89 livros, entre romances, novelas e contos. Foi dividida em: estudos de costumes, analíticos e filosóficos. A crítica especializada sinaliza que ele foi o maior criador de personagens da literatura universal. Criou 2,5 mil personagens (algo impensável para qualquer escritor...). Existe até um dicionário de personagens de Honoré Balzac. Ele dizia que tinha o mundo em sua cabeça e conversava constantemente com vários personagens.

Seu projeto inicial era de 137 títulos, abrangendo todo o comportamento humano de todos os tempos, espelhados no comportamento da França de seu tempo. Viveu apenas cinquenta e um anos, sendo que essa era a expectativa de vida em sua época, salvos os excessos. Escrevia em média até quinze horas diárias, em sua maioria à noite, acompanhado de café (ele bebia em excesso), sob precária iluminação de velas e lampiões. Sabemos que somente no dia 21 de outubro de 1879 foi

acesa a primeira lâmpada elétrica no mundo, através do genial cientista Thomas Edison. A vida de Honoré Balzac, como a de todo gênio, foi sempre tumultuada, sendo infeliz no amor e instável em seus negócios. Mesmo se tornando maçom, gastava excessivamente à medida que criava seus personagens...(Talvez para satisfazê-los...) Em 1832, ele e a condessa Ewelina Hanska iniciaram um romance extraconjugal, através de cartas românticas (se encontraram, pessoalmente, apenas duas vezes, dizem alguns biógrafos...). Somente em 1850, após a morte do marido da condessa, o nobre latifundiário Waclaw Hanski, eles puderam se casar. Cinco meses após a vulcânica lua de mel, o grande escritor faleceu. No princípio, ninguém cria em seu potencial, pois, indubitavelmente, sua mentalidade estava acima de seu tempo. Familiares, amigos e profissionais do gênero o aconselhavam a seguir outra profissão, pois ele poderia ser tudo na vida, como pedreiro, pintor, comerciante etc. porém, "essa história de ser escritor... não!...".

Abro um parêntesis para analisarmos nossa contemporaneidade: mudou alguma coisa? Piorou, sob vários aspectos: os gênios são escassos e isso é um fato.

Porém as condições de sobrevivência, o alto índice de criminalidade, o crescente aumento populacional, aliado a políticas de fome e morte tornam sombrias nossas realidades e expectativas. Representantes totalmente incapacitados e insensíveis à dor humana. A arte se misturando ao lixão, sob o pretexto de sobrevivência. O analfabetismo funcional em alta escala, inclusive entre profissionais da educação, é a horrenda fotografia do mundo de agora. Voltando ao nosso assunto: Honoré de Balzac soube "dar a volta por cima" e provar para seus contemporâneos e para a posteridade a sua extraordinária capacidade criativa, jamais vista no campo literário. O momento é propício para recordarmos

do poema 

 

SE - Rudyard Kipling:

 

Se és capaz de manter a tua calma, 

quando todo o mundo ao redor a perdeu 

e te culpa

de crer em ti

quando estão todos duvidando...

[email protected]

Comentários