Baixa adesão afeta paralisações da educação no Centro-Oeste

 

Gisele Souto 

Assembleias municipais e estaduais, peregrinação nas escolas e panfletagens nas ruas. Tudo isso faz parte do rito seguido pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (SindUte) em momentos de reivindicações pelas pautas de melhoria para a categoria.  Porém, na maioria das vezes, toda esta movimentação não é suficiente para atrair os educadores para os protestos. Em Divinópolis, por exemplo, esta realidade está sempre presente nos movimentos promovidos pelo sindicato.

A situação é confirmada pela integrante da diretoria de políticas sociais do SindUte na cidade, Maria Catarina Laborê. A sindicalista atribui a pouca participação – que, segundo ela, é comum na região Centro-Oeste – a fatores como: alguns profissionais preferem agir individualmente; dias cortados e, consequentemente, na folha de pagamento; e até mesmo uma espécie de letargia de alguns.

Para que esta pouca adesão não se repita na greve agendada para amanhã, Laborê convocou toda a categoria a se unir para reivindicar seus direitos e fazer da mobilização mais forte. Em Belo Horizonte, haverá nova assembleia estadual para avaliar alguma proposta que o governo venha a apresentar.  O encontro é novamente no pátio da Asssembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), amanhã, marcado de forma proposital para o Dia Internacional da Mulher.  

 Greve 

Uma assembleia municipal ontem à tarde, na Escola Estadual Padre Matias Lobato, confirmou a greve decidida e agendada durante o encontro estadual realizado no último no dia 28, no pátio da ALMG. Nesse dia, foi deliberada a paralisação, protocolada, segundo o sindicado, no dia 1º de março junto ao Governo do Estado.

No mesmo dia, de acordo com Laborê, representantes do Estado informaram aos integrantes do SindUte que lá estiveram que, no momento, não há condições mínimas de cumprir o piso e outras reivindicações da categoria, devido ao estado de calamidade financeira instalado no governo.

Porém, temendo uma greve por tempo indeterminado, o governo chamou outra vez o sindicato para conversar, em reunião que estava prevista para ontem à tarde.

 Reivindicações 

Além de outras cobranças, servidores da educação reivindicam do governo o reajuste do piso 2017 em 7,78%; e o deste ano em 6,7%, aprovados pelo Ministério da Educação (MEC), retroativos a janeiro, fevereiro, março e abril de 2016.

Além disso, a categoria solicita melhorias no Ipsemg, que, segundo Catarina Laborê, está caótico, tendo como consequência a suspensão nos atendimentos em laboratórios e hospitais.

A representante do sindicato revela que a situação do órgão chegou a este ponto porque os governos anteriores autorizaram a entrada dos recursos pagos pelos servidores para o caixa único do Estado.

— Queremos também que seja revista forma de pagamento do 13º salário, no nosso ponto de vista, muito injusto. Queremos que o governo cumpra realmente com a lei estadual nº 21.710, sancionada em 2015 — explica Maria Catarina.

 Prêmio e prazo 

Após a suspensão do Prêmio de Produtividade que era pago à categoria, o sindicato decidiu acionar a justiça. Catarina Laborê convoca os educadores que ainda não moveram a ação a procurarem o SindUte.

Sobre a greve, a sindicalista fez um apelo aos profissionais da educação para reforçarem o protesto de amanhã, já que, por causa das eleições, o prazo para os protestos é somente até abril.

Um dos maiores movimentos grevistas na educação ocorreu em 2015, ano em que a paralisação durou três meses. Na época, houve reposições de aulas nas férias, que entraram para o ano seguinte, emendando praticamente com o ano letivo de 2016.

 

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