Avião com 1,5 milhão de doses da Janssen chega amanhã, diz ministro

Imunizante contra covid-19 tem dose única

Da Agência Brasil

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou hoje , em Brasília, que um avião com 1,5 milhão de doses da vacina contra covid-19, da farmacêutica Janssen, deve chegar ao Brasil às 6h45 de amanhã, no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). 

O anúncio foi feito após uma previsão inicial, de receber 3 milhões de doses até 15 de junho, não ter sido confirmada. De acordo com o Ministério da Saúde, o envio foi cancelado pela própria Janssen, que não teria explicado os motivos.

Queiroga afirmou que a vacina da Janssen “é muito útil” por ser de dose única, proporcionando uma vacinação “mais rápida” da população. Ele não detalhou se as doses da vacina da Janssen serão direcionadas a algum grupo específico.

As declarações foram dadas durante audiência pública da Comissão Temporária da Covid-19, no Senado. O ministro voltou a afirmar que o governo planeja a vacinação - com ao menos uma dose - de 70% dos adultos até setembro, e a imunização completa de todas as pessoas acima de 18 anos até dezembro. 

Para isso, a previsão é distribuir 60 milhões de doses em agosto e outros 60 milhões em setembro, além das 41 milhões confirmadas pela pasta para julho. O cronograma detalhado, contudo, ainda não foi divulgado pelo ministério.

— A gente ainda não divulgou o calendário detalhado desses imunizantes nos outros meses [agosto e setembro] porque ainda não temos confirmação dos laboratórios — disse o secretário-executivo da pasta, Rodrigo Cruz.

Revacinação

O ministro Marcelo Queiroga foi questionado por senadores sobre notícias segundo as quais o Ministério da Saúde estaria preocupado com a baixa eficácia da vacina CoronaVac na população idosa, e se haveria a necessidade de revacinação dessa faixa etária.  

Os parlamentares perguntaram também se o ministério considera não assinar novos contratos de aquisição do imunizante, desenvolvido pela chinesa Sinovac e fabricada no Brasil pelo Instituto Butantan.

O ministro afirmou que a necessidade de uma eventual revacinação, em qualquer faixa etária ou grupo da população, precisa ser esclarecida por estudos científicos cujas respostas só devem estar prontas no ano que vem.

— Pesquisas estão em encaminhamento. E o que o Ministério da Saúde tem que fazer é se programar para ter vacinas disponíveis para aplicar, num curto espaço de tempo, no ano de 2022, se for o caso — disse.

Ele citou um estudo em andamento na cidade de Serrana (SP), cuja população foi toda vacinada com a CoronaVac. O ministro negou haver desconfiança em relação ao imunizante. 

— Não há nenhum tipo de mudança de estratégia em relação a esse imunizante — afirmou.

— O fato é que essa vacina tem sido útil para o Plano Nacional de Imunização, e essa é a posição oficial do Ministério da Saúde, até que exista algum dado científico que faça com que nós tenhamos uma posição diversa — acrescentou Queiroga.

Outros assuntos

Durante a audiência, o ministro também negou que haja falhas no monitoramento da variante delta do novo coronavírus. Essa variante, identificada primeiro na Índia, tem sido temida por, aparentemente, apresentar maior potencial de contágio e hospitalização.

Ele confirmou a identificação de ao menos nove casos da variante delta no Brasil, mas afirmou que todos são monitorados e que “não há qualquer indício de transmissão comunitária dessa variante no Brasil”.

A respeito do retorno às aulas presenciais na rede pública de ensino, Queiroga destacou que não considera necessário ter 100% dos professores vacinados, uma vez que, com percentuais superiores a 80%, já seria possível controlar a transmissão da doença por meio do monitoramento de casos.

Ele afirmou que deve se reunir em breve com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, o ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, e o advogado-geral da União, André Mendonça, para discutir a possível volta de aulas presenciais em todo o Brasil a partir do segundo semestre.

— Isso já tem acontecido em alguns estados e na própria iniciativa privada — disse.

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