Assumindo a própria vida

Talyta Silva

“Não importa o que fizeram de mim, o que importa é o que eu faço com o que fizeram de mim” (Sartre).

Eu olho para mim,

Onde sinto o calor do sol,
Onde posso vislumbrar a beleza cintilante das estrelas,
Onde posso sentir a leveza da minha respiração,
Onde a compaixão cresce,
Onde a minha alegria me acalenta o coração,
Olho para mim e vejo o reflexo de tantas outras pessoas,
Onde se expressam através do meu conhecimento,
Onde se misturam com as minhas ambições,
Onde se manifestam nos meus sentimentos,
Eu olho para a minha força,
Sinto-a a vibrar a cada desafio,
A crescer na profundidade da minha alma,
Eu olho e vejo imensas formas da vida se expressar em mim,
Onde posso reconstruir-me a cada decepção,
Onde posso relembrar-me das minhas conquistas,
Onde posso amar e ser amado,
Olho para mim e percebo tudo aquilo que posso realizar,
Como é bom olhar para mim e sentir o pulsar da vida,
Olhando para mim, sinto-me bem-aventurado,
Olhar e poder ver a beleza de estar vivo e poder crescer dentro de mim,
Olho e vejo-me a transformar-me na vida e a vida a transformar-se em mim,
Eu e a vida somos ambos a mesma coisa,
Como é bom olhar-me, ver-me, ver a vida a fluir e eu a fluir com a vida.

 (Miguel Lucas)

A palavra responsabilidade está relacionada com o termo em latim “respondere”, que significa "responder, prometer em troca". Desta forma, uma pessoa considerada responsável por uma situação ou por alguma coisa terá que responder se algo corre de forma desastrosa.

Em nossa sociedade, a responsabilidade é uma característica muito apreciada e muito procurada.

Viver é escolher o tempo. Não é fácil admitir que a nossa vida é como é hoje pelas ações que realizamos ou não realizamos no passado.  Por um lado, é maravilhoso observar que a nossa vida só depende de nós mesmos. Por outro lado, é delicado enfrentar a verdade e assumir a responsabilidade pelo que fizemos e deixamos de fazer.

São escolhas pequenas, mínimas, como escolher o que comer, e escolhas grandes, decisivas, que vão construindo pouco a pouco a nossa vida. Se nos alimentamos bem, teremos uma vida mais saudável. Se nos alimentamos mal, poderemos ficar doentes ou acima do peso. Também depende de nós escolher as pessoas com quem queremos passar o nosso tempo, pois isso também influencia diretamente nosso bem estar psíquico.

Se pararmos para pensar, significa apenas que somos responsáveis pelo nossa vida e podemos melhorá-la, aprender com nossos erros e ter um hoje cada vez mais feliz. 

Dentro da psicologia, trabalhamos o aumento da autonomia, da autoestima, a capacidade se ser honesto com nós mesmos e aceitar que só depende de mim mudar minha vida. Mas, para muitas pessoas, é complicado sair da posição de vítima, um lugar que parece mais confortável.

A mentalidade de vítima é um modelo autodestrutivo que contribui para um estilo de pensamento negativo. A mentalidade de vítima faz com que você pense que não consegue fazer as mudanças que deseja na sua vida por causa dos outros. Você sente que a vida é injusta, que você tem justificações para não ser bem-sucedido e que a sorte nunca lhe bate à porta, prejudicando-o nas várias áreas da sua vida, atribuindo a responsabilidade dos seus fracassos, contratempos e dificuldades à ausência de algumas capacidades suas, ao seu passado ou à sua condição de vida menos abonada, mas, ainda assim, pensando que isso não seja uma consequência diretamente infligida por si.

Como posso superar meu pensamento de vítima? Primeiro, acreditando em si mesmo, se apoiando. Caminhe sem rancor, construa algo que sempre sonhou, tenha um sentimento de admiração pelo desconhecido. Assumir o controle da nossa vida pode parecer desafiador, mas pode ser muito gratificante. Alguns assumem o controle da sua própria vida, outros esperam que as coisas simplesmente aconteçam. Você tem a capacidade de escolher qual caminho deseja trilhar e ser feliz.

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