Arte e educação pelo Instagram

Welber Tonhá e Silva

Canais de arte, educação e cultura têm se espalhado pelo Instagram, e isso é motivo para se comemorar. Afinal, temos que estar presentes no universo das crianças e jovens. Eu digo nós porque também sou das áreas da cultura, educação e arte. Vejo como positiva essa inclusão. Houve um tempo em que não se misturava rede social com ensino, educação etc. Era somente espaço de lazer e futilidades ‒ e, claro, ainda se encontra muito disso lá.

No entanto, o foco aqui é falar daqueles que saem da caixinha. Divinópolis tem canais se destacando nesta área, como o @bem.te.conto, dos professores Cris Silva e Bruno Rodrigo, com entrevistas e cursos para professores, educadores e artistas. 

Semana que vem apresento outro para vocês.

Onda amarela quase verde

Estamos aqui ansiosos para que se entre na onda verde. Muitos eventos culturais esperando para acontecer, shows, peças de teatro, apresentações musicais e de dança, lançamentos de livros, saraus... Ou mesmo encontro de amigos, que estavam restringidos, estão prestes a voltar. Vamos torcer para que a onda se “esverdeie” logo e, com os cuidados devidos, possamos passar por esta pandemia que se apossou de nossa rotina.

Lives de Histórias

A série de lives sobre as histórias do livro “109 Histórias Marcantes de Divinópolis” tem movimentado o Instagram deste que vos escreve. Hoje acontecem três lives: às 18h, o vereador Ademir Silva nos conta sobre monsenhor Evaristo. Em seguida, às 19h, o professor Bruno Rodrigo fala sobre Vânia Ordones. E depois, às 20h, o escritor Bruno Godoi nos conta a história de Joaquim André. 

São lives alegres e descontraídas, com muito conhecimento sobre a história de Divinópolis. 

Livro da semana 

Publicada no momento em que o artista completa 80 anos, a biografia “Roberto Carlos – por isso essa voz tamanha”, de Jotabê Medeiros, consegue justamente isso. Autor de consagrados livros sobre Belchior e Raul Seixas, Jotabê se aprofunda na formação musical do artista, desde a infância em Cachoeiro do Itapemirim e os primeiros passos cantando à moda de João Gilberto, até a explosão como líder do incipiente rock nacional e os hits que ao longo de décadas emplacou entre os mais ouvidos do país. Ao contrário da bossa nova, de origem burguesa e universitária, o rock no Brasil surgiu na periferia carioca. O ritmo chegou pelas mãos de jovens talentosos, atentos ao que acontecia nos Estados Unidos, mas que atravessavam a cidade de ônibus para trabalhar e estudavam à noite. O livro percorre esse universo suburbano por onde Roberto Carlos circulava no início dos anos 1960, pouco antes de estourar no rádio com “Splish Splash” e “É proibido fumar'', e na televisão à frente da Jovem Guarda. Os programas de rádio do Rio e de São Paulo que pegavam fogo, as bandas de rock que se multiplicavam arrastando multidões, o impacto comportamental e publicitário do iê-iê-iê, os ecos na personalidade metódica e na carreira construída com esmero, as amizades e turbulências com Tim Maia, Erasmo Carlos e o exuberante Carlos Imperial, tudo isso salta com vigor dessas páginas – e com a verve de um jornalista musical tarimbado que testemunhou boa parte do que narra no livro. “Roberto Carlos – por isso essa voz tamanha” é uma biografia musical interessada em compreender a complexidade de um ídolo. É um livro que o debate cultural brasileiro há tempos faz por merecer. Indicação da @boutiquedolivro 

Tem pauta para sobre a cultura? Envie para [email protected]

Welber Tonhá e Silva 

Historiador, escritor, pesquisador, fotógrafo e fazedor cultural.

Instagram: @welbertonha



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