Após votar por cassação de Dilma, sondagem pelo PT surpreende Jaime

 

Ricardo Welbert 

Um dos deputados federais que votaram a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016, Jaime Martins (PSD) foi sondado pela sigla na sexta-feira, 24, um dia após anunciar a desistência da candidatura ao Senado, o deputado federal Jaime Martins (PSD) foi sondado pelo PT para disputar o mesmo cargo.

— Recebi uma sondagem de setores ligados ao Partido dos Trabalhadores me dizendo que a segunda vaga ao Senado estaria disponível caso eu desejasse ser candidato e que eles acham que Dilma Rousseff tem um grande potencial de transferência de votos. Acham que quem estiver ao lado dela poderá ter aumento de 10% a 15% dos votos caso ela os peça. Isso praticamente asseguraria uma vaga ao Senado nessa chapa — afirma Jaime.

O telefonema do mais influente partido da esquerda, recebido na casa de Jaime em Divinópolis, pegou o deputado de surpresa.

— Não tenho com não dizer que não fico até, de certa forma, lisonjeado por receber convites até de setores aos quais não estou engajado. Mas é uma reflexão curiosa, porque eu votei pela cassação da Dilma. Então, receber esse convite se torna um ponto curioso da minha trajetória. Embora eu tenha sido duro naquele momento e votado pela cassação, porque achei que havia ali um clamor popular. Votei muito sintonizado com a vontade popular, penso. Mas ainda assim minha trajetória permite espaço para um diálogo, para a busca de uma coisa boa para Minas Gerais — comenta.

Jaime revela também ter sido procurado pelo PSDB.

— Embora já haja dois senadores na chapa do Antonio Anastasia, também fui sondado para, se eu quisesse disputar mais próximo deles, estar nesse grupo. Acho que isso é resultado de uma trajetória feita sem agressão pessoal, sem nenhum nível de se considerar superior a ninguém, mas sempre buscando o diálogo profícuo — diz. 

Desistência 

Jaime Martins desistiu da candidatura ao Senado pelo PSD dois dias depois de o ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda comunicar a desistência ao Governo de Minas. Jaime afirmou que a decisão foi consequência da saída de Lacerda.

— A candidatura dele foi destituída de maneira sorrateira e covarde. Era um projeto livre, de espírito público republicano, de renovação, de um novo caminho para Minas — declarou.

O grupo político de Lacerda é formado por PSB, Pros, Podemos, PDT, PV, MDB e PRB. O conjunto afirmou na quarta-feira, 22, que iria lançar um candidato ao Governo de Minas.

As negociações começaram cedo e o deputado estadual Adalclever Lopes (MDB) e Jaime chegaram a ser confirmados na chapa da coligação. Segundo o presidente do MDB, Saraiva Felipe, não havia possibilidade de o grupo não disputar o governo com outro nome após a desistência de Lacerda.

Com a saída do deputado federal das eleições de 2018, a coligação “Minas Tem Jeito” confirmou para a cabeça de chapa o nome de Adalclever Lopes, que afirmou que manterá o projeto político encabeçado por Lacerda.

Os partidos estão em busca de uma mulher para ocupar o posto de vice. De acordo com a coligação, o anúncio completo da chapa seria feito ontem. A aliança tem ainda a vaga para o Senado em aberto.

 

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