Apesar dos pesares

Romeu Zema (Novo) está governando Minas Gerais há dez meses e já tem aprovação de 54,5% dos mineiros, segundo pesquisa feita pela Associação Mineira dos Municípios (AMM). Há um ano, o mineiro, empresário, de Araxá começava a corrida pelo cargo, com o veterano Antônio Anastasia (PSDB). Quem via aquele homem franzino, grisalho, com um discurso politicamente correto, em junho do ano passado, no início de sua campanha, pensava consigo “sem chance”. Pois é, Zema surpreendeu. Beneficiou-se dos pontos fracos de seus adversários e do cansaço dos eleitores, ávidos por renovação. Logo de primeira, o governador tirou o também veterano Fernando Pimentel (PT) do páreo. De “lavada”, venceu Anastasia no segundo turno.

Nesses dez meses é possível, sim, assinalar alguns pontos positivos do chefe do Executivo Estadual. Zema tem conseguido adiantar a data do pagamento dos salários dos servidores, aos trancos e barrancos quitou 90% do 13º salário do funcionalismo público, além de diminuir o número de parcelas dos salários. Caminhou, sim, e os números mostram isso, mas ainda há muito a se fazer. Por exemplo, fazer o Estado voltar a crescer, investir em obras, em Saúde e Educação. Afinal, nem tudo são flores. Ao que parece, Romeu Zema tem se esforçado para cumprir algumas promessas de campanha, depois de ter quebrado várias, entre elas, a mais importante: não receber o seu salário como governador. Compromisso este que foi até registrado em cartório e deu uma alavancada em sua campanha no segundo turno.

Não se pode esquecer também os jetons, utilizados por Pimentel e duramente criticados pelo atual governador. Dizem por aí que uma coisa é campanha, outra é exercer o cargo. Parece que é verdade. Zema tanto criticou, que “pagou língua” quando assumiu. Teve que “dar o braço a torcer” e utilizar os jetons para não perder seu secretariado. Mas é assim mesmo. Presenciamos isso todos os dias em todas as esferas. Pois, infelizmente, se tem uma coisa que ainda é forte neste país é a politicagem. Os discursos apaixonados, sem sombra de dúvidas, conquistam o eleitor, mas, na hora do “vamos ver”, não tem fala apaixonada que aprove projetos de lei, que autorize isso ou aquilo.

Já dizia o ditado, “a voz do povo é a voz de Deus”. Se o povo está gostando da atuação do governador, quem somos nós para discordar? Muitas pautas polêmicas ainda vêm por aí, como a privatização da Cemig e da Copasa. Ainda não tem como fazer juízo de valor. Resta torcer para que o povo seja o beneficiado. Tomara que este povo que está ao seu lado, que aprova o seu governo, esteja em primeiro plano. Depois de um governo Pimentel, com certeza, merecíamos mais. Tomara que este “mais” traga muito em diversas áreas necessitadas nesta Minas Gerais calejada de tantos desmandos. Pois ter um governo aprovado por mais de 50% dos mineiros mostra que Zema está cumprindo a função que lhe cabe e muito bem. Em outras palavras: está fazendo sua obrigação da forma que lhe foi incumbida. Tomara que brisas leves soprem pelo lado na nossa querida Divinópolis, lugar onde ele teve ampla maioria dos votos e, que, ultimamente, só recebe ventos fortes e tempestades.

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