Apatia na indústria mineira

Pablo Santos

Os empresários demonstraram confiança numa recuperação econômica, mas a pesquisa de Indicadores Industriais de julho mostrou decréscimo na maioria dos índices, frente ao mês anterior. No acumulado do ano até julho, os números da indústria continuaram refletindo a apatia da atividade no estado, apontou a pesquisa da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). Apesar dos números negativos, existe uma expectativa de melhora no último quadrimestre. 

Segundo os dados apurados, o faturamento da indústria geral – composta pelas indústrias de transformação e extrativa – diminuiu 8,2%, o pior resultado registrado para o mês desde o início da série histórica, em 2003.

— O desempenho negativo foi explicado pelos recuos nos dois segmentos da indústria. As horas trabalhadas na produção da indústria geral mostraram pequena queda, e os índices gerais da massa salarial e do rendimento médio também caíram, apesar do pequeno avanço no emprego — afirmou a nota técnica da Fiemg. 

Exceto a geração de emprego, os indicativos tiveram desempenho negativo.

— Todos os índices apresentaram resultados piores que os observados nos mesmos períodos de 2017 e 2018, mostrando que o setor industrial não dá sinais de uma recuperação consistente — apontou. 

Indicadores

Após avanço de 8,9% no mês anterior, o faturamento da indústria geral caiu 8,2% em julho, frente a junho.

As horas trabalhadas na produção da indústria geral recuaram 0,1% em julho, frente a junho, em decorrência do decréscimo de 0,8% na indústria de transformação.

A massa salarial da indústria geral diminuiu 0,4% em julho, frente a junho, em razão da queda na indústria de transformação (-0,5%). O indicador geral avançou 1,8% ante julho de 2018, devido aos aumentos nas indústrias de transformação (1,1%) e extrativa (10,7%).

O emprego da indústria geral cresceu 0,3% em julho, na comparação com o mês anterior, em decorrência dos avanços nas indústrias de transformação (0,3%) e extrativa (0,6%).

Ainda de acordo com a pesquisa, a manutenção de paralisações parciais no setor extrativo mineral e o cenário externo conturbado – com perspectivas de desaceleração nas principais economias mundiais e crise na Argentina – dificultam a retomada da atividade industrial no estado em 2019.

— Por outro lado, avanços na agenda econômica nacional e anúncios de medidas macroeconômicas, como a liberação do FGTS/PIS e a redução da taxa Selic, devem oxigenar a atividade no último quadrimestre do ano — finalizou a nota.

 

 

Comentários